Beslan: Balanço final

Como se descreve um indivíduo que grita a crianças morrendo de sede “bebam mijo!” Como se descreve um indivíduo que dá rajadas de metralhadora no ar quando crianças com três anos começam a chorar, a gritaram “calem-se!”? Como se descreve um indivíduo que ultraja a dignidade de pessoas, esforçando-as a se sentarem em charcos de urina?

Foi isso exatamente o que fez este bando de selvagens desclassificados, porque não há palavras a descrever essa mistura de chechenos, ingushe, cazaques e árabes, que tomaram de assalto a Escola Número 1 de Beslan, Ossétia Norte, na quarta-feira de manhã durante uma cerimónia de abertura das aulas (Dia 1 de Setembro é o Dia de Conhecimento, celebrado nas escolas como a abertura do ano lectivo).

Os terroristas tinham planeado o assalto durante bastante tempo, pois esforçaram os adultos a irem para o ginásio e tirarem o chão, debaixo do qual estavam as armas e explosivos. Tinha havido recentemente obras de renovação na escola.

No início do assalto, um grupo de homens, uns 20, provavelmente professores, tentavam impedir os terroristas e foram mortos. Quase todos os reféns foram dirigidos para o ginásio, onde reinou um clima de dois dias de inferno. Não receberam comida, não recebiam água, não deixavam que utilizassem as casas de banho, nem deixavam que as crianças choravam.

Minas e bombas foram coladas às paredes, suspensas das argolas de basquete e suspensas do tecto. Os mais que mil reféns foram esforçados a ficar no centro do ginásio, com os terroristas a cercá-los, a atirarem rajadas de metralhadora para o ar.

Algumas crianças, quatro dias mais tarde, estão ainda tão aterrorizados que nem conseguem dizer seus nomes.

No dia 2, dois pequenos grupos de reféns foram libertados, um primeiro grupo de 26 mulheres e crianças pequenas e um segundo grupo de 3 mulheres e 2 bébés. Depois os terroristas romperam as negociações e parece que se dividiram em duas facções, os que consideravam o assalto um ataque suicida e outros que queriam negociar, de acrodo com testemunhos oculares.

Às 08.50 MSK (GMT +3) na sexta-feira, dia 3, depois das negociações terem reiniciado às 06.30 horas MSK, deixaram que um veículo entrasse no recinto para retirar os corpos do grupo de vinte pessoas mortas no início do assalto.

Durante esta operação, às 09.15 MSK, parece que uma das bombas coladas à parede do ginásio caiu, arrastando uma segunda bomba. Ambas rebentaram, provocando a queda do tecto sobre os reféns. Alguns reféns que tentavam fugir no meio do caos foram metralhados nas costas pelos terroristas e as tropas especiais ripostaram. Seguiram-se horas de caos.

As tropas especiais rebentaram buracos nas paredes para que os reféns podiam fugir e entraram em combate directo com os terroristas, um número dos quais conseguiu fugir para a cidade e romper o cordão de segurança que tinha sido invadido por civis, familiares dos vítimas que tinham ido buscar suas armas. Às 12.00., a operação principal tinha terminado.

Um hospital de campo foi estabelecido, com enfermeiros e médicos, e os feridos mais graves foram levados aos hospitais por uma frota de ambulâncias e carros civis utilizados para o mesmo efeito, a comunidade e as autoridades agindo como um organismo único.

Os terroristas que não foram mortos directamente, foram apanhados, alguns perto da estação, onde foram liquidados, outro grupo foi para uma casa, onde tiveram o mesmo fado e três fugiram para a cave da escola, onde foram capturados. Em todo, 30 terroristas são mortos, dois ainda desaparecidos.

Vladimir Putin declarou dois dias de luto nacional na segunda e terça-feira e o Ministro do Interior regional, Kazbek Dzantiyev se demitiu, declarando que “como oficial e como homem, não tenho as condições para continuar neste posto”.

338 mortos foi a cifra confirmada pelo Ministério do Interior da Ossétia Norte, com 447 pessoas ainda hospitalizadas em hospitais regionais, 58 em estado crítico. Outro grupo de queimados graves numerando17, foi levado a Moscovo, 11 destas sendo crianças. Há 191 pessoas “não contabilizadas”, o que quer dizer que ninguém sabe onde estão. Poderiam estar entre os hospitalizados, poderiam ter sido levado para casa, ou poderiam ser entre os mortos.

Vladimir Putin admitiu à nação que há coisas que têm de ser melhorados relativamente à política sobre a Chechénia, onde a maioria da população se demonstra solidária com as vítimas em Beslan e contra os terroristas.

As autoridades russas agradeceram as muitas mensagens de solidariedade e de amizade provenientes um pouco por todo o mundo. É importante e reconhecido e muito apreciado e sentido o apoio das pessoas que estiveram connosco numa hora muito triste.

A Federação Russa continuará a guerra contra esses indivíduos desclassificados que não podem ser considerados seres humanos. A Federação Russa continuará com a cabeça erguida, firme nas suas convicções que não há negociações com terroristas, não há concessões. O que há, e o que vai haver, é um aumento considerável de segurança e uma guerra implacável contra indivíduos que atiram contra crianças em fuga e as obrigam a beberem urina.

Timofei BYELO PRAVDA.Ru

Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter

Author`s name Pravda.Ru Jornal
X