A Semana Revista

Governo russo tenta resolver questão dos benefícios antes de voto de não confiança na DUMA

O governo da Federação Russa depressa agiu para estancar o descontentamento em torno da perda de benefícios de que gozava a população desde a altura da União Soviética, aumentando as pensões, indexando-as à taxa de inflação e subindo por 50% os salários dos polícias.

Mas não só. O governo atribuiu esta semana 4,1 bilhões de USD em pagamentos para os pensionistas, enquanto o Partido Comunista da Federação Russa (KPRF) tentou ganhar máximos pontos políticos do contendo. As pensões vão aumentar na média por 9 USD a partir do dia 1 de Março.

Alexei Kudrin, Ministro das Finanças, declarou na quinta-feira que o Fundo de Estabilização irá providenciar os meios para baixar impostos e ajudar na transição enquanto a população perde parte dos benefícios que tinha desde a era da União.

Veteranos de guerra com 80 anos de idade ou mais irão receber um aumento de 43 USD e certas regiões irão receber dinheiro do governo para subsidiar as firmas de transportes, de maneira que os pensionistas e pessoas que tenham baixos rendimentos possam continuar a viajar gratuitamente.

Na próxima semana, Gennady Zyuganov, líder do KPRF, vai orquestrar um voto de não confiança no governo. Precisará do voto de pelo menos 90 dos 450 deputados na DUMA estatal.

Viktor Yushchenko viaja a Moscovo

Viktor Yushchenko viajou a Moscovo num espírito de colaboração e amizade, assinando documentos com Vladimir Putin que visam a continuação de boas e estreitas relações financeiras e comerciais entre os dois vizinhos.

Escolheu Moscovo como destino da sua primeira visita oficial propositadamente, para acenar aos ucranianos orientais, muitos dos quais estão tão pertos de Moscovo como de Kiev e a visita demonstra a necessidade de Kiev andar de mãos dadas com a Federação Russa, com quem partilha o Espaço Económico Comum (juntamente com Cazaquistão e Bielo-Rússia).

Presidente Vladimir Putin referiu ao excelente clima económica e política nos anos recentes, lembrando que a Rússia actualmente representa cerca de 60% da balança comercial para a Ucrânia e que há um alto nível de integração entre os dois estados em várias áreas de actividade.

Viktor Yushchenko disse que a Rússia é históricamente um parceiro estratégico da Ucrânia, afirmando que “minha primeira visita realça a importância destas relações”. Disse ainda que na sua próxima visita, irá apresentar um pacote para os dois lados estudarem, sobre como podem ser melhoradas as relações bilaterais no próximo futuro.

Auschwitz, onde os prisioneiros voltaram livres

60 anos depois, uma fracção dos vítimas do lado mais feio da humanidade, o Nazismo, o fascismo e a intolerância étnica e racial, voltou a Auschwitz, marcando o 60º aniversário da sua libertação por tropas soviéticos.

Só que a humanidade ainda não está livre deste pesadelo: os eventos em Abu Ghraib e Guantanamo demonstram que em Bush e seu regime, temos hoje no ano 2005 os nossos Auschwitz. Continua a tortura, continua a detenção de pessoas sem acusação, durante mais que três anos. Os britânicos que foram libertados esta semana estão demasiado traumatizados para falar, depois de terem perdido três anos das suas vidas sem acusação.

Fórum Social Mundial lança petição para trazer Bush a justiça

No 5º FSM em Porto Alegre foi lançada esta semana uma petição para ser apresentada na Assembleia Geral da ONU em Setembro, acusando George Bush de crimes contra a humanidade e pedindo que seja levado a julgamento.

Cebrapaz, o Centro Brasileiro de Solidariedade dos Povos e Luta pela Paz, apresentou a iniciativa no FSM juntamente com 35 organizações de direitos humanos. Socorro Gomes, porta-voz da organização, disse que a petição vai lembrar à ONU que as forças dos EUA invadiram o Iraque, destruíram o país e cometeram genocídio.

“As tropas norte-americanas, com o consentimento do presidente, instituíram a tortura sistemática como método de guerra e dominação”, disse Socorro Gomes, afirmando que estas acções contrariam a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU e por isso “constitui um crime contra a humanidade”.

Dois terços do Iraque celebram a democracia

Se bem que a democracia ocidental é algo alheio à região onde se situa o Iraque, grande parte da população celebra a oportunidade de votar, embora em alguns casos, testemunhos oculares ouviram a pergunta “Por quê estamos a votar?” e “Em quem vamos votar?” Alguns líderes dos partidos políticos são anónimos por causa de temerem pelas suas vidas e se os Sunitas não votarem em números significativos, a nova assembleia não poderá chamar-se representativa de todos os iraquianos, dando lugar à existência de mais ataques e mais instabilidade por parte da Resistência Sunita.

No entanto, se a taxa de votação foi de perto de 70%, é um bom começo para resolver a situação inteiramente causada pela invasão dos norte-americanos e seu pequeno bando de lacaios. Se dezenas de milhares de iraquianos tinham de morrer assassinados por actos de terrorismo de estado perpetrados por Washington, só se pode concluir que esta eleição está fundamentada num acto de chacina. Porém, dado as circunstâncias, não houve alternativa e quanto mais cedo Washington retirar suas tropas e a Resistência baixar as armas, melhor para a vida da grande maioria dos cidadãos que querem resumir suas vidas e ver as suas famílias crescerem em paz.

Portugal, onde a direita política chega ao fim dum ciclo

A esquerda está renascente em Portugal, com o Bloco de Esquerda situado com pouco mais que 8% da intenção de voto e a CDU (PCP mais os Verdes) em oito por cento, formando um conjunto de peso que poderá ter o balanço de poder nas mãos, se o resultado das sondagens vier a ser realidade.

O Partido Socialista tem 45% da intenção de voto, enquanto os dois partidos da coligação que formava o governo, descem para 27% (PSD) e só 6% (CDS/PP), em quinto e último lugar.

Chega assim o final de mais um ciclo nefasto com a direita no poder em Portugal. O PSD e CDS/PP conseguiram destruir mais uma vez o tecido social do país, rompendo o elo de confiança que tem de ligar povo aos seus governantes e desta vez, esperemos que as memórias não sejam tão curtas e que esses dois partidos sejam varridos da vida política do país durante muito tempo, tempo suficiente para rejuvenescerem e irem buscar uma massa associativa que preste.

O que se vê em Portugal hoje é uma vergonha, com malabarismos políticos em ministérios que deveriam estar a formar uma política que visa o futuro do país, não o futuro dos seus amigos e companheiros nos partidos que agora vão perder as eleições porque foram incapazes de governar bem o país.

Deixaram os preços subir em flecha quando os salários não os acompanharam, deixaram o número de desempregos chegar a meio milhão e deixaram que em muitos casos, as famílias só recebiam o primeiro cheque do fundo de desemprego sete meses depois de perderem seus postos de trabalho.

Sem comentário. E sem comentário as declarações de Santana Lopes, que afirma que vai processar as firmas que emitem as sondagens, porque fazem “uma mega-fraude”, por dizer a verdade. Mas o que fizeram os portugueses para merecerem isso?

Sugere-se a Santana Lopes que vá comprar uma máquina de tempo, que coloque a alavanca em 1973 e que regresse à arca política onde pertence. Está acabado em termos políticos.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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