Os 91 anos de Celso Furtado

Os 91 anos de Celso Furtado

Paulo Galvão Júnior* & Hugo Meza Pinto**

Introdução

Os 91 anos de Celso Furtado. 15366.jpegEnquanto o(a) estimado(a) leitor(a) lê este artigo de Economia nas comemorações alusivas aos 91 anos de Celso Furtado, os BRICS (Brazil, Russia, India, China and South Africa) estão mais ricos economicamente. Os países emergentes estão se tornando cada vez mais influentes na economia mundial. Principalmente, após a crise econômica global, iniciada com a falência do banco de investimentos Lehman Brothers, em setembro de 2008, nos EUA (Estados Unidos da América).

No início do segundo semestre de 2011, o pânico financeiro atinge os países europeus dos PIIGS (Portugal, Irland, Italy, Greece and Spain) aumentando ainda mais a influência dos BRICS na economia global.

O PIB (Produto Interno Bruto) mundial ultrapassou US$ 62,9 trilhões em 2010, segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional). Atualmente, os dez países mais ricos do mundo são: EUA (US$ 14,6 trilhões), China (US$ 5,7 trilhões), Japão (US$ 5,3 trilhões), Alemanha (US$ 3,3 trilhões), França (US$ 2,5 trilhões), Reino Unido (US$ 2,2 trilhões), Brasil (US$ 2,1 trilhões), Itália (US$ 2,0 trilhões), Canadá (US$ 1,5 trilhão), Rússia (US$ 1,4 trilhão) e Índia (US$ 1,4 trilhão).

Entre os dez países mais ricos do planeta, sete são países desenvolvidos e quatro são países emergentes. Somando apenas os PIBs dos sete países desenvolvidos encontramos o valor total de US$ 29,4 trilhões em 2010, enquanto os quatro países emergentes têm o PIB total de US$ 10,6 trilhões.

A população mundial já superou 6,7 bilhões de habitantes em 2010, segundo a United Nations Statistics Division. No presente momento, os dez países mais populosos do mundo são: China (1.354.146.443 hab.), Índia (1.214.464.312 hab.), EUA (317.641.087 hab.), Indonésia (232.516.771 hab.), Brasil (190.775.799 hab.), Paquistão (184.753.300 hab.), Bangladesh (164.425.491 hab.), Nigéria (158.258.917 hab.), Rússia (140.336.561 hab.) e Japão (126.995.411 hab.).

Entre os dez países mais populosos do mundo, oito são países emergentes e apenas dois são países desenvolvidos. Cerca de 20% dos habitantes do planeta estão na China e cerca de 17% deles estão na Índia. Juntas, as duas nações asiáticas e emergentes têm cerca de 37% do contingente populacional da Terra.

O Brasil é o quinto país mais populoso do mundo, com 190,7 milhões de habitantes, segundo os dados de 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O Brasil é a sétima economia do mundo, com o PIB de US$ 2,1 trilhões, de acordo com os dados de 2010 do FMI.

O Brasil será a quinta maior economia do mundo em 2050, segundo projeções do economista inglês Jim O'Neill do banco de investimentos norte-americano Goldman Sachs. Mas, precisamos definitivamente distinguir crescimento econômico (economic growth) de desenvolvimento econômico (economic development).

Toda essa realidade está sendo fruto de um processo transformador da ordem econômica mundial. Os outrora países do Terceiro Mundo, países subdesenvolvidos ou países em desenvolvimento passaram a serem chamados países emergentes. Essa definição não é somente semântica e sim factual. Ao longo dos últimos 50 anos, países com profundas diferenças nos seus níveis de subdesenvolvimento passaram a encurtar a distância com os países desenvolvidos. Esse panorama, ainda que tardio, foi acompanhado de perto por Celso Furtado, economista brasileiro de grande referência mundial no pensamento desenvolvimentista.

Furtado entendeu como poucos o processo desenvolvimentista latino-americano, seu pensamento permeia uma base de raciocínio específico para a realidade dessa região. Ao contrário de outros pesquisadores que copiariam ou adaptariam arcabouços teóricos, Celso Furtado desenvolveu um próprio para a realidade dessa parte do mundo. Principalmente, o grande legado desse economista foi mostrar, que, apesar de na América Latina existir diferenças culturais e de línguas, é possível ter estudos e estratégias de desenvolvimento econômico específico para essas realidades já que as características intrínsecas e limitações de desenvolvimento econômico, social e cultural eram as mesmas.

Neste contexto, procuraremos ressaltar na sequência deste artigo o pensamento do saudoso mestre Celso Furtado.

Binômio Subdesenvolvimento-Desenvolvimento

Celso Furtado é atual, porque fez uma séria e rica reflexão sobre o subdesenvolvimento e o desenvolvimento econômico, primeiro em Desenvolvimento e Subdesenvolvimento, 1961, e posteriormente em Teoria e Política do Desenvolvimento Econômico, 1967.

Esse grande aporte sobre o binômio subdesenvolvimento-desenvolvimento ocorreu com a publicação em 1974 do renomado O Mito do Desenvolvimento Econômico. Nele, Furtado realizou uma análise crítica e profunda da natureza, causas e consequências do desenvolvimento econômico. Furtado viu o que poucos poderiam enxergar nos anos 70 do século XX, a importância do uso racional dos recursos naturais na economia e o problema da poluição do meio ambiente.

Em O Mito do Desenvolvimento Econômico, Celso Furtado revela que: "As grandes metrópoles modernas com seu ar irrespirável, crescente criminalidade, deterioração dos serviços públicos, fuga da juventude na anti-cultura, surgiram como um pesadelo no sonho de progresso linear em que se embalavam os teóricos do crescimento".

Em seguida Celso Furtado enfatiza que, "A importância do estudo feito para o Clube de Roma deriva exatamente do fato de que nele foi abandonada a hipótese de um sistema aberto no que concerne à fronteira dos recursos naturais. Não se encontra aí qualquer preocupação com respeito à crescente dependência dos países altamente industrializados vis-à-vis dos recursos naturais dos demais países, e muito menos com as consequências para estes últimos do uso predatório pelos primeiros de tais recursos. A novidade está em que o sistema pôde ser fechado em escala planetária, numa primeira aproximação, no que concerne aos recursos não renováveis. Uma vez fechado o sistema, os autores do estudo formularam a seguinte questão: que acontecerá se o desenvolvimento econômico, para o qual estão sendo mobilizados todos os povos da terra, chegar efetivamente a concretizar-se, isto é, se as atuais formas de vida dos povos ricos chegam efetivamente a universalizar-se? A resposta a essa pergunta é clara, sem ambiguidades: se tal acontecesse, a pressão sobre os recursos não renováveis e a poluição do meio ambiente seriam de tal ordem (ou, alternativamente, o custo do controle da poluição seria tão elevado) que o sistema econômico mundial entraria necessariamente em colapso".

Em O Mito do Desenvolvimento Econômico Celso Furtado analisou: "(...) os standards de consumo da minoria da humanidade, que atualmente vive nos países altamente industrializados, é acessível às grandes massas de população em rápida expansão que formam o chamado terceiro mundo. Essa ideia constitui, seguramente, uma prolongação do mito do progresso, elemento essencial na ideologia diretora da revolução burguesa, dentro da qual se criou a atual sociedade industrial".

Evidentemente, Furtado revela o consumo sofisticado das classes abastadas contraste da crescente pobreza da maior parte da população brasileira e no qual explicou: "A característica mais significativa do modelo brasileiro é a sua tendência estrutural para excluir a massa da população dos benefícios da acumulação e do progresso técnico".

Escrevendo as cinco partes da Teoria e Política do Desenvolvimento Econômico, Celso Furtado formula o conceito do subdesenvolvimento, mostrando que "O subdesenvolvimento é [...] um processo histórico autônomo e não uma etapa pela qual tenham, necessariamente, passado as economias que já alcançaram grau superior de desenvolvimento. Para captar a essência do problema das atuais economias subdesenvolvidas, necessário se torna levar em conta essa peculiaridade".

Em Teoria e Política do Desenvolvimento Econômico, o professor e poliglota Celso Furtado inicia enfatizando que, "A teoria do desenvolvimento trata de explicar, numa perspectiva macroeconômica, as causas e o mecanismo do aumento persistente da produtividade do fator trabalho e suas repercussões na organização da produção e na forma como se distribui e utiliza o produto social".

Em seguida, Celso Furtado ressalta o papel dos economistas clássicos como Adam Smith, Jean-Baptiste Say, Thomas Robert Malthus, David Ricardo e John Stuart Mill, "Os economistas clássicos, não resta dúvida, parecem sempre ter em vista, na construção de seus esquemas, economias em desenvolvimento. Em Adam Smith essa ideia de desenvolvimento surge explicitamente e de forma dogmática".

Celso Furtado usufrui também da análise do pensamento revolucionário do filósofo e economista alemão Karl Marx. Furtado revela que, "À primeira vista, a análise do desenvolvimento das forças de produção parece confundir-se com que hoje chamamos de teoria do desenvolvimento. A própria atitude filosófica de Marx, preocupado com as 'leis do movimento', contribui para dar essa impressão". Em seguida o professor Celso Furtado diz que, "Marx procurou demonstrar que é do interesse dos capitalistas manter permanentemente desempregada uma parte da força de trabalho, através da teoria do exército de reserva. Mas, se é verdade que dessa forma os salários se manteriam relativamente baixos, também o é que os capitalistas deixam de apropriar-se de uma grande quantidade de 'valor' que poderia ser criado pelos desempregados".

Celso Furtado analisou também os economistas neoclássicos como Alfred Marshall e Gustav Cassel e suas importantes contribuições para o desenvolvimento. Furtado enfatiza que, "O pensamento neoclássico refletiu, desde os começos, uma ideologia defensiva: a necessidade de contornar os escolhos criados pelos discípulos socialistas dos clássicos e o desejo implícito de justificar a ordem social existente como aquela que permitia o uso mais racional dos recursos disponíveis".

 

Celso Furtado analisou também os pensamentos de Knut Wicksell e Josep Alois Schumpeter sobre o papel do empresário e das inovações para o desenvolvimento econômico de um país. Em seguida, Furtado brilhantemente estudou o pensamento macroeconômico do economista inglês John Maynard Keynes, no qual destacou o papel decisivo do Estado para promover o desenvolvimento econômico. Para Celso Furtado, "A obra de Keynes constitui marco importante na elaboração de uma teoria explicativa do funcionamento dos conjuntos econômicos complexos. (...) O melhor do seu esforço intelectual aplicou-o, então, em reformular o modelo neoclássico, eliminando a premissa do pleno emprego".

 

Celso Furtado também analisou as grandes contribuições do pensamento de Gunnar Myrdal e de Ragnar Nurkse sobre o Desenvolvimento Econômico.

 

Notadamente, Celso Furtado foi um dos maiores economistas de pensamento desenvolvimentista da América Latina, de acordo com o economista paulista Wilson Cano, "Desnecessário é lembrar que Furtado é um dos primeiros construtores da Teoria do Desenvolvimento Econômico, e, é preciso frisar, em especial, a do Subdesenvolvimento. Suas contribuições, nesse campo, são muitas, (...)".

 

Na América Latina, Celso Furtado foi um dos pioneiros no estudo dos países do Terceiro Mundo ou países subdesenvolvidos (hoje, países emergentes) e das raízes estruturais do subdesenvolvimento econômico. A América Latina é uma região geograficamente constituída de países da América do Sul e da América Central e do México (sul da América do Norte). Nos 20 países da América Latina encontramos uma brutal concentração de renda e um baixo incentivo à inovação tecnológica, sobretudo no Brasil, sendo dois dos principais problemas do subdesenvolvimento.

De Pombal para a História Econômica do Brasil e da América Latina

Celso Monteiro Furtado nasceu em Pombal, no dia 26 de julho de 1920, na mesorregião do Sertão Paraibano. Celso Furtado é o segundo dos oitos filhos do casal Maurício de Medeiros Furtado e Maria Alice Monteiro Furtado. Furtado é filho de família de magistrados com proprietários de terra na Paraíba.

O ano de 1920 do século XX foi marcado pela instabilidade financeira, política e social no Brasil. Quando Celso Furtado completou dez anos de idade, ele presenciou nas ruas da Capital do estado da Paraíba, a revolta do povo paraibano com a morte do presidente João Pessoa, no dia 26 de julho de 1930, na cidade de Recife. Era o estopim da Revolução de 30 e ao mesmo tempo provocou o fim da República Velha com a chegada ao poder do presidente gaúcho Getúlio Vargas.

Em 1944, aos 24 anos, Celso Furtado foi convocado para a FEB (Força Expedicionária Brasileira) para lutar contra os alemães nazistas e os italianos fascistas na Segunda Guerra Mundial. Em 1946, Furtado ganhou o prêmio Franklin Delano Roosevelt, do Instituto Brasil-Estados Unidos, com o ensaio Trajetória da democracia na América. No mesmo ano, publicou o seu primeiro livro Contos da vida expedicionária - de Nápoles a Paris. Furtado viajou para a França para estudar no curso de doutorado em Economia da Universidade de Paris-Sorbonne.

Em 1948, com orientação do professor Maurice Byé, Celso Furtado concluiu o doutorado em Economia pela Universidade de Paris-Sorbonne com a tese L'économie coloniale brésilienne. De volta ao Brasil, se junta ao quadro de economistas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), trabalhando na revista Conjuntura Econômica. No mesmo ano, casa-se com Lucia Tosi, e com ela será pai de dois filhos, Mário Tosi Furtado e André Tosi Furtado.

Em 1949, foi para Santiago do Chile, trabalhar na CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe). Nove anos depois, em 1958, se desligou da CEPAL para ser diretor do BNDE (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico), atualmente BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).

Em 1956, com pensamento desenvolvimentista, Celso Furtado participou ativamente da elaboração do Plano de Metas do presidente mineiro Juscelino Kubitschek (JK), com os diagnósticos apresentados quando presidente do Grupo de Estudos CEPAL/BNDE no período de 1953 a 1955. O Plano de Metas foi dividido em 30 metas nos cinco setores básicos da economia brasileira: energia, transportes, alimentação, indústrias de base e educação, no objetivo de 50 anos de progresso em 5 anos de realizações. A construção de Brasília, a nova Capital do Brasil, seria a meta 31. De acordo com o Professor da FGV, o economista paulista Paulo Sandroni, "Durante o período JK o PIB cresceu a uma taxa média de cerca de 7% ao ano e a indústria se expandiu num ritmo maior, de cerca de 13% ao ano".

Em 1959, Celso Furtado publica a sua obra clássica Formação Econômica do Brasil. Furtado faz uma análise histórico-econômica do Brasil muito longe das terras ensolaradas, férteis e tropicais do seu amado País, porque estudava pós-doutorado em Economia na renomada Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Celso Furtado faz parte dos grandes economistas da University of Cambridge, citamos por ordem cronológica de nascimento, Thomas Robert Malthus, Alfred Marshall, Arthur Cecil Pigou, John Maynard Keynes, Piero Sraffa, Michal Kalecki, Joan Robinson, James Edward Meade (Prêmio Nobel de Economia de 1977), Nicholas Kaldor, Amartya Sen (Prêmio Nobel de Economia de 1998) e Eduardo Giannetti (Economista do Ano em 2004 pela Ordem dos Economistas de São Paulo).

Em 1960, foi o grande idealizador e primeiro superintendente da SUDENE (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), em Recife. Em 1961, encontra-se em Washington com John Kennedy, então o presidente americano decide apoiar financeiramente um programa de cooperação com a SUDENE. Posteriormente reúne-se com Ernesto Che Guevara, chefe da delegação cubana à Conferência de Punta del Este, no Uruguai, para discutir o programa da Aliança para o Progresso.

Em 1962, foi nomeado, no regime parlamentarista, o primeiro titular do Ministério do Planejamento. Em 1963, Celso Furtado elabora o Plano Trienal apresentado ao país pelo presidente João Goulart. De acordo com Paulo Sandroni sobre o Plano Trienal (de Desenvolvimento Econômico e Social), "O objetivo era planejar um plano que permitisse um desenvolvimento econômico rápido e, simultaneamente, agilizasse uma rápida estabilização dos preços. (...) O plano tinha também propostas em outras áreas, como a educação, e pretendia viabilizar medidas que solucionassem as disparidades regionais de níveis de vida".

Em 1964, deixa o Ministério do Planejamento e retorna à superintendência da SUDENE, onde concebe e implanta a política de incentivos fiscais para os novos investimentos nos nove estados nordestinos.

Em 31 de março de 1964 ocorre o golpe militar. O Brasil não respira ares democráticos, os ventos fortes e frios da Ditadura Militar iniciam longos anos de repressão, censura e tortura. O Ato Institucional N° 1, de 09 de abril de 1964, suspendeu os direitos políticos, pelo prazo de dez anos, de 100 cidadãos brasileiros, entre eles, Luiz Carlos Prestes, João Goulart, Miguel Arraes, Darcy Ribeiro, Leonel Brizola, Celso Furtado, Josué de Castro, Abelardo Jurema, Plínio Sampaio e Rubens Paiva.

Em 1965, muda-se para a França, a convite da Universidade de Paris-Sorbonne, e assume a cátedra de professor de Desenvolvimento Econômico. Foi o primeiro estrangeiro nomeado para uma universidade francesa. Vinte anos depois, em 1985, no primeiro governo civil depois de 21 anos de ditadura militar, torna-se embaixador do Brasil junto a Comunidade Econômica Europeia (hoje a União Europeia), em Bruxelas, Bélgica. E de 1986 a 1988, foi ministro da Cultura no governo do presidente maranhense José Sarney.

O bacharel em Direito e doutorado em Economia Celso Furtado foi eleito para ocupar a cadeira número 11 da ABL (Academia Brasileira de Letras), em 7 de agosto de 1997, sucedendo o grande sociólogo Darcy Ribeiro. No qual destacamos uma frase de seu discurso de posse na ABL em 31 de outubro de 1997: "Wagley era um profundo conhecedor da obra antropológica de Darcy e eu praticamente a desconhecia. Senti-me confortado na opinião a que chegara intuitivamente de que Darcy era alguém que marcaria nosso País pelo pensamento e pela ação. (...) Darcy estava convencido de que vivíamos um processo revolucionário e que à nova universidade cabia um papel importante nesse processo. O vigor e a originalidade do pensamento de Darcy vinham de que este se alimentava amplamente de sonhos generosos".

Em 2003, Furtado tornou-se membro da Academia Brasileira de Ciências, e a Associação de Economistas Latino-Americanos o indicou para o Prêmio Nobel de Economia de 2004 na Suécia. O célebre economista paraibano Celso Monteiro Furtado morreu aos 84 anos, vítima de colapso cardíaco, no seu apartamento na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, no dia 20 de novembro de 2004. O corpo foi velado na ABL e enterrado no mausoléu da ABL ao som do Hino da Independência.

O economista Celso Furtado foi um dos maiores críticos das altas taxas de juros da economia brasileira. No documentário O Longo Amanhecer - Cinebiografia de Celso Furtado, do cineasta José Mariani, Furtado veemente questiona: "Eu me pergunto: Quem manda nesse país? Por que se conserva essa taxa de juros? Essa taxa de juros de fantasia, que sangra o País! Deixar margem para crescimento pequena. É difícil um cara dirigir um país como esse. Agora ao mesmo tempo um país tão alegre, pula o carnaval, tão interessado no futebol".

Ressaltamos a reflexão da sua grande amiga e discípula, a economista portuguesa naturalizada brasileira Maria da Conceição Tavares, "Furtado não desiste nunca da ideia da necessidade de um projeto nacional capaz de animar a reconstrução do Brasil, mesmo quando a atual conjuntura de desmantelamento do país parece deslocar os resultados desse processo para um horizonte cada vez mais longínquo, como em seu O longo amanhecer (1999)".

Ressaltamos também a reflexão da jornalista Rosa Freire d'Aguiar Furtado, viúva de Celso Furtado, e desde 2005, diretora cultural do Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, "O desejo obstinado de entender o Brasil pressupôs entender por que o país era subdesenvolvido, e, corolário, a mecânica do subdesenvolvimento. Essa a marca primordial de sua trajetória, que ganhará a um só tempo amplidão e profundidade para se desdobrar em muitas outras na construção do Brasil e de seu destino. Autor de cerca de trinta títulos, alguns definitivos para a história do pensamento econômico moderno, do Brasil e América Latina, o intelectual não se satisfez em apontar caminhos, foi buscar na realidade o interlocutor passível de conduzir o país ao pleno desenvolvimento, dando às ideias a musculatura da esperança em ação".

Destacamos também a reflexão do economista Theotonio dos Santos, "A marca de Celso Furtado no pensamento social contemporâneo é inestimável. Mas ela será mais importante nestes dias quando o povo brasileiro e de vários países latino-americanos exigem uma política econômica alternativa para a região. E quando os responsáveis pelo desastre econômico e social em que nos encontramos pretendem manter em prática a "única" política econômica possível, a obra de Celso Furtado será sempre uma referência fundamental para romper estes mitos. E sua contribuição se agigantará ainda mais quando retomemos o caminho do crescimento econômico, da distribuição da renda e da igualdade social, pois seus estudos sobre o desenvolvimento, o planejamento e as políticas econômicas deverão ser um instrumento fundamental para orientar a formação de uma nova geração de economistas no Brasil, na América Latina e em todo o mundo".

A influência de Celso Furtado na economia brasileira

Celso Furtado foi um dos economistas mais influentes no pensamento econômico do Brasil. O imortal pombalense foi um dos maiores batalhadores por melhores condições de vida para o povo brasileiro, sobretudo, da região Nordeste.

Celso Furtado destaca-se nacionalmente como o economista mais lido do Brasil. O paraibano Celso Monteiro Furtado escreveu 38 livros, diversos ensaios e artigos, participou de várias conferências nacionais e internacionais, e elaborou em parceria com economistas ou não economistas vários projetos, programas, relatórios e planos no País.

Em O Brasil pós-"milagre", 1981, Celso Furtado refletiu: "As malformações da sociedade brasileira são tão evidentes, tão grande o contraste entre a penúria e o desperdiço, que todos devemos questionar-nos como foi possível que chegássemos a isso. (...) um país que pouco reflete sobre si mesmo está condenado a repetir erros e entrar em becos sem saída. (...) Incitar a pensar o nosso país é o objetivo".

As reflexões desenvolvimentistas do economista paraibano Celso Furtado se centravam também nas análises dos principais indicadores socioeconômicos do País de sua época. Atualmente, devemos analisar os principais indicadores econômicos e sociais do Brasil no ano de 2010.

 

Quadro 1. Principais Indicadores Socioeconômicos do Brasil - 2010

PRINCIPAIS INDICADORES SOCIOECONÔMICOS

BRASIL

Área Territorial

8.514.876 km2

População Total

190.755.799 hab.

PIB

US$ 2,1 trilhões

Taxa de Crescimento do PIB

7,5%

Exportações

US$ 201,9 bilhões

IDH

0,699

Taxa de Desemprego Aberto

6,7%

População residente em área urbana

84,36%

População residente em área rural

15,64%

Esperança de Vida ao Nascer

72,9 anos

Taxa de Mortalidade Infantil

19,3 por mil nascidos vivos

Gastos Públicos com Educação

5,2% do PIB

Número de Pobres

16,2 milhões de hab.

Número de Analfabetos

14,0 milhões de hab.

Fontes: IBGE, FMI, PNUD e Banco Mundial.

  

Observem de forma didática os indicadores no Quadro 1. O Brasil é um país extenso, populoso e rico, todavia tem baixa esperança de vida ao nascer e alto número de analfabetos e de pobres, que influem negativamente na qualidade de vida, mensurados pelo IDH de 0,699.

A República Federativa do Brasil tem 16.267.197 habitantes com renda mensal de até R$ 70,00, quase o mesmo contingente populacional dos Países Baixos, com 16,6 de habitantes. Como explicar tamanha pobreza extrema num país tão rico?

O mundo conhecerá um novo Brasil quando erradicar o analfabetismo nas cinco regiões do País. É inadmissível, 14 milhões de brasileiros analfabetos, quase duas vezes a população de Israel, com 7,5 milhões de habitantes. Como explicar os milhões de brasileiros que ainda não sabem ler nem escrever em plena Era do Conhecimento?

Os professores Celso Furtado, Cristovam Buarque, Claudio de Moura Castro, Carlos Lessa e Darcy Ribeiro destacaram a importância da educação como a mola propulsora do desenvolvimento econômico. Todos sabem que a educação é o principal setor que precisamos avançar mais, investir mais, para mudar definitivamente o Brasil.

Estamos muito longe dos dez países com IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) mais alto do mundo: Noruega (0,938), Austrália (0,937), Nova Zelândia (0,907), Estados Unidos (0,902), Irlanda (0,895), Liechtenstein (0,891), Países Baixos (0,890), Canadá (0,888), Suécia (0,885) e Alemanha (0,885). O Brasil investe apenas 5,2% do PIB em educação. Em 2010, o orçamento do Ministério da Educação foi de R$ 70 bilhões. No País são 59 universidades federais. Quantos bilhões de reais são necessários para erradicar o analfabetismo no Brasil?

De acordo com o economista brasileiro Celso Furtado no livro Cultura e Desenvolvimento em Época de Crise, 1984, "Ninguém dúvida que cabe ao autoritarismo grande parcela de responsabilidade no aprofundamento das distorções sociais que alquebram o País, mas não se pode ignorar que as raízes dos problemas são bem mais profundas. Por muitos anos temos insistido sobre o fato de que a adoção indiscriminada, entre nós, de padrões de consumo de países de níveis de renda muito altos, conduz inexoravelmente à crescente heterogeneidade social. Uns poucos terão muito e muitos terão muito pouco".

Celso Furtado afirmava que o Brasil é um país de profundas disparidades sociais e de grandes desigualdades regionais de renda. Em nenhum país da América Latina a desigualdade social e de renda é tão intensa e visível como a do Brasil.

O desenvolvimento econômico do Brasil depende muito do nosso potencial educacional. As soluções dos graves problemas sociais, econômicos, culturais e ambientais com os quais o País convive diariamente dependem dos grandes investimentos em educação de qualidade.

Celso Furtado foi um economista extremamente preocupado também com o desemprego no Brasil. Em 1983, Furtado escreveu o livro Não à recessão e ao desemprego e expôs a sua reflexão crítica diante do aumento do desemprego em plena Ditadura Militar, "Quantos milhões de pessoas se agregarão, em consequência, à atual massa de desempregados? Que pensarão de seu próprio País essas centenas de milhares de jovens que sairão das universidades e escolas especializadas para enfrentar as frustrações e humilhações do desemprego crônico?".

A taxa de desemprego aberto no Brasil em 2010 foi de 6,7%, a menor da série histórica do IBGE, iniciada em 2002. Todavia, salientamos que essa taxa mede a situação do mercado de trabalho nas regiões metropolitanas de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Salvador (BA), Recife (PE) e Porto Alegre (RS). A média nacional do desemprego não leva em conta a taxa das regiões metropolitanas de Curitiba (PR), de Vitória (ES), de Goiânia (GO), de Manaus (AM) e nem de João Pessoa (PB). No Brasil existem 5.565 municípios, sendo o estado com menos municípios é Roraima com apenas quinze, enquanto Minas Gerais com 853 é o estado com maior número de munícipios do País. Logo, o desemprego no Brasil é maior do que o divulgado pelo IBGE em 2010. Revelamos que os 2.478 munícipios da emergente Polônia são analisados para determinar a taxa de desemprego da economia polonesa.

Quantos jovens brasileiros já leram o famoso livro Formação Econômica do Brasil de Celso Furtado? De acordo com Furtado, "(...) o Brasil por essa época ainda figurará como uma das grandes áreas de terra em que maior é a disparidade entre o grau de desenvolvimento e a constelação de recursos potenciais".

Formação Econômica do Brasil contém cinco partes, 36 capítulos e descreve a formação econômica do País desde a colonização portuguesa no século XVI até o golpe militar de 1964. O livro de Furtado examina três ciclos econômicos (ciclo da cana-de-açúcar, ciclo da mineração e ciclo do café) do Brasil. O livro de Furtado foi traduzido em inglês, espanhol, francês, italiano, alemão, polonês, chinês, japonês, romeno e árabe.

Hoje, somos o segundo país com a maior produção de alimentos do mundo, atrás apenas dos EUA. Somos o segundo maior produtor e exportador mundial de soja, atrás apenas dos EUA. Somos o maior exportador mundial de açúcar, suco de laranja, carne de frango e de carne bovina. Somos um país que há mais bois do que habitantes. O Brasil é o maior produtor e exportador de café do planeta. O País é o segundo maior consumidor mundial de café, atrás apenas dos EUA.

O País está na lista dos dez maiores produtores e consumidores mundiais de petróleo. A maior empresa do Brasil é a Petrobras, que faturou 126,3 bilhões de dólares e obteve lucro líquido de 17,8 bilhões de dólares em 2010, segundo a revista Exame. Acreditem, "(...) estima-se que os campos do pré-sal vão elevar as reservas de petróleo do país dos atuais 14 bilhões para 50 bilhões de barris".

O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de etanol derivado da cana-de-açúcar. As riquezas do Brasil são transportadas ainda em sua maioria pelos caminhões nas rodovias federais e estaduais como também nas concessão de rodovias. No Brasil a frota de caminhões é de 1,7 milhão de unidades. Somos um país que há mais celulares do que habitantes.

A maior empresa de minério de ferro do mundo é a brasileira Vale, de acordo com a revista Exame. Acreditem, "o Brasil figura entre as potências minerais do mundo. (...) O Brasil, segundo os especialistas, possui enorme potencial mineral ainda inexplorado - por pura falta de conhecimento".

Os 203 Estados soberanos do mundo necessitam de alimentos, água, minérios e energia. O Brasil tem 8% de toda a água doce do planeta, estima-se que o País detenha 112 bilhões de metros cúbicos de água. E o maior reservatório subterrâneo de água doce do planeta é o Aquífero Guarani, sendo 840 mil km² em território brasileiro. O Brasil será o maior produtor e exportador de alimentos do mundo e um dos grandes fornecedores de água, de minérios e de energia renovável do planeta. Entre os 193 países da Terra, somos o 14° maior poluidor das emissões mundiais de dióxido de carbono, enquanto a China e os EUA são o primeiro e o segundo maior poluidor do planeta.

Por que o Brasil não ascendeu à condição de nação desenvolvida? Por que o Brasil é um País ainda tão desigual? Não iremos resolver o nosso atraso socioeconômico se não assumirmos definitivamente a educação de qualidade como a primeira prioridade da nação brasileira!

A influência de Celso Furtado na economia latino-americana

Celso Furtado foi um dos economistas mais influentes no pensamento econômico da América Latina. Ele conseguiu extrapolar as fronteiras do Brasil e as barreiras da língua espanhola para ajudar a consolidar a sua preocupação pelo desenvolvimento econômico da América Latina. Na década de 1950, na CEPAL, somou seus conhecimentos em prol do desenvolvimento latino-americano. Foi com ele que a CEPAL conseguiu solidificar a teoria de substituição de importações e os conceitos das relações centro-periferia e da deterioração dos termos de troca entre países periféricos (latino-americanos) e países centrais (desenvolvidos). O grande representante da CEPAL, o economista argentino Raúl Prebisch, sempre reconheceu o aporte do Furtado na consolidação do pensamento estruturalista latino-americano.

Para dimensionar a grandeza do legado do Furtado, há que entender que no pós-guerra, não havia teorias específicas para o entendimento do subdesenvolvimento mundial, muito menos para o latino-americano. Furtado ajudou a consolidar o pensamento cepalino que constitui no principal mecanismo de guia das políticas de desenvolvimento (desarrolo) desses países.

A passagem do Furtado na CEPAL durou dez anos (de 1948 a 1957), nesse período foi Diretor da Divisão de Desenvolvimento Econômico, criada por Raúl Prebisch. Celso Furtado junto com Osvaldo Sunkel, Aníbal Pinto e outros jovens economistas, produziram as ideias básicas do pensamento econômico da CEPAL. Seu pensamento ficou registrado nos famosos Economic Survey of Latin America onde se especializava em discutir a industrialização latino-americana. Em 1966, Celso Furtado publica o livro intitulado Subdesenvolvimento e Estagnação na América Latina.

Porém, a maior contribuição escrita do Furtado para a região está consolidada no livro intitulado Formação Econômica da América Latina (posteriormente rebatizada para A Economia Latino-Americana: formação histórica e problemas contemporâneos, em 1976), publicado em 1969. Essa obra foi traduzida para mais de seis línguas e recopilava todo o pensamento do Furtado sobre a região. Nesse livro, Furtado faz a mesma análise histórico-econômica que fez no seu livro Formação Econômica do Brasil, ou seja, a partir de uma revisão histórica desde os tempos da conquista. Furtado consegue identificar problemas estruturais também na formação das economias conquistadas pela Espanha.

Esse livro foi escrito quando o autor lecionava na Universidade de Paris-Sorbonne, e foi influenciado diretamente pela sua experiência na CEPAL e seu conhecimento direto sobre o subdesenvolvimento latino-americano. Além do legado conceitual da obra, Furtado demonstrou como a estrutura dos problemas da América Latina, seja espanhola ou portuguesa, tem pontos em comum e, principalmente, como essa realidade pode ser enfrentada através de políticas estruturais de desenvolvimento e de planejamento macroeconômico para superar as barreiras do subdesenvolvimento.

Furtado publica A hegemonia dos Estados Unidos e o subdesenvolvimento da América Latina, 1973. Nesse sentido, pode-se afirmar que Furtado foi o economista brasileiro com mais projeção no pensamento latino-americano até hoje existente.

Considerações Finais

Em 26 de julho de 2011 comemoramos os 91 anos de aniversário de nascimento do economista paraibano Celso Monteiro Furtado (1920-2004). Celso Furtado foi o maior economista da Paraíba, do Nordeste, do Brasil, da América do Sul e da América Latina. Furtado provocou grandes influências nos estudos e nas análises do binômio desenvolvimento-subdesenvolvimento dos economistas paraibanos, nordestinos, brasileiros, sul-americanos e latino-americanos.

Celso Furtado está entre os grandes economistas da Teoria do Desenvolvimento Econômico. No século XX, Celso Furtado mudou a mente de muitos leitores na juventude. No século XXI, Furtado contribuirá na percepção dos graves problemas socioeconômicos pelos jovens, porque eles almejam entender e mudar a sociedade.

Enfim, Celso Furtado foi o grande pensador da História Econômica do Brasil e da América Latina do século XX e nos dias atuais ainda indica a direção de uma sociedade mais justa e menos desigual diante dos impactos econômicos, sociais, culturais e ambientais da globalização da economia capitalista contemporânea e do aquecimento global.

Referências bibliográficas

COELHO, Francisco da Silva & Granziera, Rui Guilherme (Org.). Celso Furtado e a Formação Econômica do Brasil: edição comemorativa dos 50 anos de publicação: 1959-2009. São Paulo: Atlas, 2009.

DE ARAÚJO, Tarcísio Patrício & VIANNA, Salvador Teixeira Werneck (Org.). 50 anos de Formação Econômica do Brasil: Ensaios sobre a obra clássica de Celso Furtado. Rio de Janeiro: IPEA, 2009.

EXAME, Revista. Melhores e Maiores. As 1.000 maiores empresas do Brasil. São Paulo: Abril, julho, 2011.

 

FURTADO, Celso. Cultura e Desenvolvimento em Época de Crise. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984.

 

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SANDRONI, Paulo. Dicionário de Economia do Século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2008.

Referências webgráficas

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MARIANI, José. O Longo Amanhecer - Cinebiografia de Celso Furtado. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=2CLR6E6mCLs. Duração de 73 minutos. Acesso em 22 de julho de 2011.

TAVARES, Maria da Conceição (Org.). Celso Furtado e o Brasil. Disponível em: http://www.fpa.org.br/uploads/Celso_Furtado_e_o_Brasil.pdf. Acesso em 23 de julho de 2011.

*Paulo Galvão Júnior, economista brasileiro, formado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Especialização em MBA Gestão de RH pela FATEC Internacional. Atualmente, Chefe da DPTI da SETUR da PMJP e Professor de Estatística Aplicada ao Turismo na FATEC-JP. Autor dos livros digitais de Economia "RBCAI" e "Reflexões Socioeconômicas" e de vários artigos de Economia na Paraíba, no Brasil e no exterior, com destaque no site em português do jornal russo Pravda e do jornal angolano Zwela Angola. E-mail: [email protected]

**Hugo Meza Pinto, economista peruano, formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Mestrado na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Doutorado na Universidade de São Paulo (USP) no Programa de Integração da América Latina (Prolam). Atualmente, Diretor Geral e coordenador do curso de Ciências Econômicas com ênfase em Mercado Financeiro das Faculdades Integradas Santa Cruz de Curitiba, Paraná. E-mail: [email protected]

 

Foto: Sindicatodanoticia.com.br

 

 

 

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