RDPC: O outro lado da história

Fizeram um banquete do desastre em Ryongchon na Quinta-feira passada, quando dois comboios carregados com químicos e petróleo explodiram depois de terem tocado num cabo de alta tensão, reduzindo tudo num raio de 200 metros da linha de comboio, incluindo uma escola, a cinzas.

Os vocábulos estavam lá em força: “regime”, “fechado”, “estalinista”, “communista”, “bancarrota”, também as referências ao estado da economia da República Democrática Popular da Coreia e o inadequado estado de preparação dos hospitais.

A primeira questão é o seguinte: se algum hospital provincial em qualquer parte do mundo está preparado para um desastre em grande escala, que causa 160 mortes e deixa 1,300 pessoas feridas? A segunda questão é que as reportagens nos média que tanto barulho fizeram do estado da economia do país, esqueceram de mencionar por quê.

Porque a economia da RDP Coreia tem tido de viver com sanções, impostas por Washington, que estrangulam a economia do país e deixam vastas zonas sem electricidade.

O mesmo aconteceu no Iraque e o mesmo está a acontecer em Cuba. Washington coloca um tourniqué a volta da garganta dum governo que decide que não gosta (porque é comunista ou porque não deixa que os seus recursos sejam dominados por Washington) estrangula-o e depois proclama de viva voz que o dito siostema ou governo não funciona.

Claro. Com sanções, como pode? O realpolitik practicado por Washington é tão sinistro quanto é manhoso, mesquinho e cruel. Primeiro, privar um país daquilo que precisa para funcionar, depois criar problemas (por deitar bombas incendiárias sobre infra-estruturas civis, espalhar má vontade, não cooperar) e depois afirmar que tal sistema é mau ou anti-democrático ou anti-ocidental ou seja ou que for.

Quão democrático foi o George Bush quando criticou o Primeiro-ministro Zapatero, que seguiu a vontade política do seu povo em retirar os tropas espanhóis do Iraque?

Quem pode culpar a RDP Coreia por desconfiar de Washington ou do seu lacaio na sua fronteira sul, depois de tantos anos de interferência? O jornal aceita toda a tinta que se escreve nela. O que conta é a verdade atrás da história, não histerias e meias-verdades.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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