Londres, o lacaio de Washington

O Reino Unido de Tony Blair é o cachorro de estimação de Washington, para levar ordens e ponta-pés, preso por uma coleira e trela, para usar e abusar. As últimas revelações hoje que Washington pediu a Londres que fizesse escutas sobre Kofi Annan e outros membros do Conselho de Segurança da ONU não surpreende ninguém no mundo de hoje, em que esses dois regimes preferem mentir, forjar e matar em vez de debate, discussão, diálogo e diplomacia.

Claire Short, antiga membro do Conselho de Ministros (Cabinet) do Reino Unido (para o Desenvolvimento das Comunidades no Ultra-Mar), que se demitiu por causa da ilegalidade da guerra contra o Iraque, disse ontem num programa de radia da Rádio 4, que espiões britânicas fizeram escutas às conversas de Kofi Annan no período antes da guerra eclodir, apresentando como prova o facto que ela tinha lido uns transcritos destas conversas durante seu tempo como ministra.

Outra fonte, Katherine Gun, foi despedida do Centro de Comunicações do Governo (GCHQ) do Reino Unido por revelar o conteúdo dum memorando, datada de Janeiro de 2003, que revela a actividade de escutas às conversas dos representantes no Conselho de Segurança da Angola, Bulgária, Camarões, Chile, Guiné Conakri e Paquistão.

Por quê?

Para tentar encontrar algo que pudesse ser utilizado para material de chantagem para obrigar estes representantes a votar a favor de Washington e Londres, a favor dum ataque ilegal sobre um estado soberano, porque sabiam e sabem que tal ataque é ilegal sem a autorização da ONU, nomeadamente o Conselho de Segurança.

É essa a diplomacia (com letra pequena) seguida pelo regime de Bush em Washington e o regime de Blair em Londres. Quanto mais baixo podem esses regimes chegar?

É por isso e por acções desta natureza que muita boa gente tem nojo de ser britânico.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru