Cubanos em Madri: os "dissidentes" se rebelam

“Aqui na Espanha eu não sou um homem livre, porque o MEU futuro não depende de mim e sim dos funcionários que me impõem as suas decisões” declarou um dos ex-presos cubanos.

Os primeiros ex-presos “dissidentes” que chegaram à Espanha fizeram declarações públicas que têm deixado os espanhóis boquiabertos: no mínimo eles esperavam palavras de agradecimento em vez das críticas que têm sido realizadas por parte dos recém chegados.

Todos, em sua aparência, estão muito bem de saúde. Mostram-se gordinhos e rosados e não famélicos como se dizia na imprensa antes de serem postos em liberdade.

Uma manchete no diário espanhol El Mundo diz hoje [17 de julho], na primeira página: “Dissidentes cubanos denunciam que na Espanha não são livres”. Foi o que disse um deles, Julio César Gálvez, quando lhe perguntaram como se sentia em Madri. A resposta foi: “Aqui na Espanha não sou um homem livre porque o MEU futuro não depende de mim e sim dos funcionários que me impõem as suas decisões”.

Outro deles, Normando Hernández, enfileirou os canhões para a hospitalidade espanhola quando disse: "Estamos em um hostal com outros imigrantes. Não temos neste hotel banheiros privados. Neste lugar não existe privacidade e me dizem que nos levarão para um povoado de Valencia para viver em instalações onde terei que conviver com umas 40 pessoas”.

Depois lançou um bombardeio carregado de mal agradecimento. Disse: "Creio que se o Governo de Zapatero se comprometeu a nos acolher, também terá que nos proporcionar o que nós merecemos como refugiados”, acrescentando na linha seguinte que era em Miami que ele queria viver.

Omar Saludes, outro dos liberados, atacou o Ministro de Relações Exteriores da Espanha, um dos que arquitetou a liberação dos dissidentes: “É inaceitável que o Ministro Moratinos peça que a Europa levante a “posição comum contra Cuba”, disse Saludes, desafiador e mal agradecido.

Os comentários dos espanhóis não se fizeram esperar. Um deles escreveu uma carta ao jornal El Mundo, de Madri, visando falar por todos os espanhóis. Disse o madrileno, indignado pela conduta dos recém chegados: “Eu creio que mandá-los de volta ao seu país é o mais acertado, lá o senhor com problemas de banheiro privado não terá nenhuma queixa, e podem contar ao seu presidente todos os seus problemas e queixas, assim como todas essas ideias maravilhosas de liberdade a custa de outros”.

Comentário que fez nosso Duende Madrileño [codinome utilizado pelo repórter] desde a capital espanhola, onde esteve de corpo presente na conferência de imprensa dos “dissidentes” liberados, que chegaram a Madri: “Se essa é a mostra, como será o pacote?!”.

Original em www.kaosenlared.net/noticia/cubanos-Madrid-rebelan-disidentes

(Traduzido por Roberta Moratori)

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