Governo afegão investiga propaganda pró-EUA na TV

Governo afegão investiga propaganda pró-EUA na TV


Dia 16 de janeiro, o presidente Karzai ordenou que o Advogado Geral investigue a origem do dinheiro que pagou pela divulgação de uma série de spots de propaganda, exibidos na TV aberta afegão, em que alguém pede que o governo afegão assine logo o acordo 'de segurança' com os EUA.

Um dos spots mostra um apresentador de televisão que entrevista cidadãos afegãos nas ruas, perguntando se apoiam o acordo 'de segurança' entre Afeganistão e EUA; todos os entrevistados respondem afirmativamente.

[Não é estranhíssimo?! Na televisão brasileira, se algum 'jornalista' entrevista algum 'cidadão', toooodos os entrevistados dizem sempre, exatamente, a mesma coisa!! E toooodos os entrevistados também são a favor de qualquer coisa que o entrevistador já esteja dizendo! Não é estranhíssimo?! (NTs)]

Em outro spot, também exibido pela televisão afegã, um narrador lista e comenta as vantagens econômicas e de segurança que o Afeganistão obterá(ria) ao assinar logo o pacto com os EUA. Ao fundo, veem-se soldados das forças de segurança afegãs em situação de treinamento, sob orientação de soldados dos EUA; e afegãos trabalhando em fábricas e na construção de estradas.

Esses spots de propaganda foram levados ao ar em mais de uma dúzia de canais privados e estatais de televisão no Afeganistão, ao longo do mês passado. Agora, o governo do presidente Karzai quer saber quem pagou por toda essa propaganda contra o seu governo e sua decisão de não assinar qualquer 'pacto de segurança' com os EUA.

"Ameaça à segurança dos afegãos"

O diretor do Centro de Informação e Mídia do governo afegão, Safatullah Safi, disse que os spots distorcem informações e informam mal o público sobre o que é o acordo que os EUA desejam obcecadamente que o presidente Karzai assine e que o presidente Karzai não aceita assinar porque considera aquele acordo lesivo aos interesses do Afeganistão. Mas não revelou o nome das redes de televisão que estão sendo investigadas.

Safi disse também que o presidente quer saber quem paga por aqueles anúncios em horário nobre - proprietários de redes privadas de televisão, grupos políticos ou serviços de inteligência estrangeira ativos no Afeganistão.

"Ordenamos que o Advogado Geral investigue quem está por trás dessa ação de propaganda, que é promoção de uma agenda política clara, mas imposta à opinião pública como se fosse 'informação'. Tudo isso deve ficar bem claro" - disse Safi. [Vai aprendendo, Helena Chagas! Vai só aprendendo!]

Desde o início das investigações, os spots deixaram de ser exibidos.

O presidente Karzai também ordenou ao Ministério da Cultura que inicie investigação à parte, sobre a origem dos mesmos spots de propaganda.

Jallal Noorani, conselheiro do Ministério da Cultura, disse que as redes privadas de televisão e da imprensa impressa são de propriedade (clandestinamente ou não) de grupos privados; e, em todos os casos, são controladas por políticos influentes no país, tanto afegãos como de países vizinhos. Por isso, dentre outros motivos, é importante saber quem paga pela difusão dos spots de propaganda contra o governo, exibidas para a população, pelas redes de televisão.

Noorani disse também que o presidente ordenou que o ministério examine as autorizações para funcionamento das redes de televisão, porque nenhuma rede de televisão ou de mídia impressa ou qualquer outra estaria autorizada a divulgar propaganda eleitoral, disfarçada como se veiculasse 'informação' à comunidade.

"O presidente disse que esse tipo de mensagem de conteúdo político e eleitoral não explícito agride a legislação afegã. Se as investigações comprovarem nossas desconfianças e se houver crime contra a opinião pública, as redes serão punidas" - disse Noorani.

 

23/1/2014, Frud Bezhan, Radio Free Europe/Radio Liberty [texto editado, porque essa RFE/RL TAMBÉM faz 'kumunicação' de propaganda pró-EUA!]
http://www.rferl.org/content/afghanistan-tv-ads-support-us-security-deal/25236288.html

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