União Europeia: Parceiro menosprezado ou obstáculo à hegemonia americana?

A Aliança Franco-Alemão fundada no acto de assinar o tratado do Elysée celebrou o seu 40º aniversário ontem, quando os dois países reiteraram a sua oposição à posição de beligerância adoptado por Washington.

“Não esperem que a Alemanha aprove uma resolução que daria a legitimidade à guerra”, afirmou o Chanceler da Alemanha, Gerhard Schroeder, numa comissão do SPD antes do seu encontro de ontem, uma posição que repetiu numa declaração conjunta com Jacques Chirac: “Deve fazer-se tudo para evitar uma guerra” em Iraque.

Esta reunião vê uma França e uma Alemanha juntos, com reforçadas ligações culturais, políticas e militares. Mais importante, França e Rússia, cujo presidente Vladimir Putin hoje Declarou que é a ONU que deve decidir qual a acção a tomar, são estados membros do Concelho de Segurança da ONU com direito de veto.

O “imperativo moral” referido por Donald Rumsfeld ainda antes de ser confirmado Secretário de Defesa dos EUA, que é nomeadamente a política seguida por Washington na busca dos seus objectivos, nem sempre muito claramente explicados à comunidade internacional, e depois aplicando pressão económico ou militar, ou ignorando, os que têm posições ao contrário, encontra um contra-peso importante numa Europa unida e federal e uma Federação Russa de novo vigorosa.

Quanto mais unidos forem os estados da Europa, mais importante será o peso da união.

Começa a ganhar credencia a voz de razão sobre a beligerância na comunidade internacional, que está mais centrada numa abordagem à gestão de crise multi-lateral, utilizando a ONU como o fórum apropriado, incluindo os PMDs (Países Menos Desenvolvidos) e tratando o hemisfério Sul como igual, isolando Washington como o briguento da escola, que ninguém escolha para jogar na sua equipa. O resto do Mundo está pronto para prosseguir, governado por um conjunto de regras que entra mais em linha com a noção do Terceiro Milénio.

Quanto a Londres, tem de decidir de vez se o seu futuro pertence dentro da Europa, como membro participativo da união, ou fora, sempre um parceiro “júnior” de Washington, enquanto lhe for conveniente.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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