66 mortos e 300 feridos

Washington afirmou na semana passada que a situação no Iraque estava sob controlo e que a violência estava a ser causada por um pequeno número de bandidos e criminosos. A resposta – em menos que 24 horas, três ataques em três cidades diferentes deixaram pelo menos 66 pessoas mortas e quase 300 feridos. Iraque não está sob controlo. Washington mente...outra vez.

A situação catastrófica no Iraque é o legado da irresponsabilidade com que o regime de Bush aborda a gestão de crises e os assuntos internacionais. Propositadamente escolhendo como alvos infra-estruturas civis (para que as obras para a reconstrução pudessem ser alocadas à elite corporativa que gravita a volta de Washington?), o regime de Bush causou um profundo sentido de ódio entre a população, entre os membros do antigo governo de Saddam Hussein e entre os milícia Xiita, seus antigos inimigos, e provocou a situação em que centenas de insurgentes jorram para dentro do Iraque todos os dias para lutarem contra o invasor.

Essa será a paz e estabilidade que Bush prometeu? Esse é o resultado da “liberdade e democracia” que ele esperou? Nem surpreende, com uma atitude que passou da campanha “choque e pavor”, em que bombas de fragmentação foram deitadas em áreas civis, até o tratamento pouco amistavel perante a população civil, cujas “corações e mentes” o regime de Bush esperava ganhar.

Por deitar bombas de fragmentação sobre eles? Por destruir o fornecimento de água? Por destruir suas estações para o tratamento de águas residuais e sistemas de esgotos? Por escolher como alvo o fornecimento de electricidade? Por bombardear hospitais? Por atirar contra carros de civis e assassinar rapazes de três anos, aterrorizados?

Nem surpreende, então, que a reacção de qualquer iraquiano ou árabe com coração ou mente é essa que se vê. Isso não é terrorismo, é uma reacção lógica a uma acção ilógica. A noite passada, um ataque contra a prisão de Abu Ghraib em Bagdade matou 22 prisioneiros detidos pelas forças dos EUA e feriu mais 92. Bagdade não está sob controlo.

Esta manhã, em Fallujah, as forças dos EUA foram atacados com uma onda massiva e sustida de artilharia. Fallujah não está sob controlo. Esta manhã também, a relativa paz em Basra foi quebrada por uma série de quatro explosões, causadas por bombas em automóveis e morteiros, que destruiu esquadros de polícia, deixando até a hora 44 mortos e quase 200 feridos. Basra não está sob controlo.

Tal é o ódio sentido pela população civil contra o invasor que os tropas britânicas que tentavam chegar aos locais para ajudar os feridos, foram apredrejados pela população, que disse para eles para se irem embora porque são eles os culpados.

E são. Atacar um país soberano sem qualquer razão, destruir as infra-estruturas civis, a seguir enviar um exército de empreteiros para seguir o exército assassino, a horda que chacinou dez mil pessoas inocentes e deixou até 35.000 outras mutiladas, não cria boa vontade, nem ganha corações e mentes.

Tal é o planejamento do regime de Bush, que propositadamente gastou cento e sessenta e dois bilhões de dólares neste acto ilegal de chacina. Vai continuar por muito mais tempo. Vai custar mais bilhões e bilhões de dólares. Vai ceifar cada vez mais vidas. Tal é o legado do regime de George W. Bush.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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