Trama infernal

Após as terríveis atrocidades em Gaza, o mundo conhece a autoria do governo Bush, de Condoleezza Rice, e de seus fiéis parceiros, os judeus em relação às ações de extermínio dos palestinos. A guerra e a trégua são definidas em Washington, não em Cairo, não no mundo árabe, não em Nova Iorque.

O mais estarrecedor é a insensibilidade e desconsideração norte-americana pela vida de pessoas inocentes, pelos direitos humanos, pelo uso de armas de destruição em massa, pelo jogo do poder custe o que custar, pelo domínio, pelo absolutismo, pelos crimes contra a humanidade que se repetem episódio a episódio.

Além de exterminar crianças, mulheres e idosos, judeus e americanos mostram a consideração pela raça humana sob a mira de suas armas, a hipocrisia das nações unidas, a ilusão da liberdade, a mentira da democracia, a vergonha da falsidade.

Judeus e norte-americanos merecem o Oscar pela fantástica interpretação de seus papéis sanguinários.

O jogo é o mesmo de sempre. Os palestinos vão receber os judeus, fiéis escudeiros dos norte-americanos, como seus salvadores. Esta foi a expectativa que Bush passou para o mundo inteiro em relação aos iraquianos. Em continuidade, dirão para a mídia que estão educando o povo palestino, como já vem fazendo com o Iraque e o Afeganistão.

O mundo é refém. O futuro é triste. Tudo sinaliza para uma forte corrida armamentista, repleta de tecnologia de destruição, maldade, domínio e desumanidade. Por trás estão os interesses de bilhões e bilhões de dólares produzidos pela indústria da morte.

Vai demorar tempo para o vivente humano aprender humanidade. A crise ultrapassa os desafios econômicos. Dos quase 7 bilhões de humanos, apenas uma quarta parte faz parte do éden econômico. A maioria, mais de 5 bilhões, é descartável.

No tempo da escravidão, a proporção era a mesma. Em 1880, século 19, a cidade do Rio de Janeiro tinha 300 mil habitantes. 75 mil eram livres. 225 mil eram escravos. O mundo continua igual. Os livres são hoje os incluídos; os escravos, os excluídos.

A Bastilha continua em pé. Igualdade, liberdade, fraternidade, democracia, maturidade são fantasias. Coitada da estátua da liberdade. Coitados dos homens de boa vontade. Coitados dos bobos da corte. Coitados da maioria, meros marionetes, componentes do grande rebanho, conformados pela obediência ao chicote do poder.

Washington determina o comportamento dos judeus. A trama apenas parece surrealista. Infelizmente é realista.

Enquanto pode, Bush se diverte com o seu mundinho.

Cada um escolhe o lado que puder. De um lado impera o Castelo das Maldades. Do outro, a Lata do Lixo.

Orquiza, José Roberto, escritor, [email protected]

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