A Semana Revista

Esta semana foi marcada pela arrogância de George Bush, a determinação da Resistência no Iraque, pela tragédia contínua na África que se chama AIDS e o acidente no parque aquático em Moscovo, tornando uma festa de São Valentino num pesadelo.

George Bush fez uma figura absurda no seu discurso na Universidade Nacional de Defesa na quarta-feira, pedindo restrições mais estreitas sobre as exportações para impedir que governos instáveis adquiram Armas de Destruição Maciça ou que cometam actos de assassínio em grande escala.

Que este tirano, esse assassino, esse criminoso de guerra fale em assassino, é um absurdo. Que esse homem esteja ainda no seu posto é mais incrível ainda. Longe de estar na Casa Branca, deveria estar num tribunal, pois é responsável por muito mais mortes que Slobodan Milosevic.

Correndo o risco de ser monótona, nesta coluna semanal não se irá esquecer que no ano passado foi cometido o acto mais bárbaro e mais selvático na história recente, foi desrespeitada a lei que governa a gestão de crises, nomeadamente a Carta da ONU, que remete necessariamente todas as acções bélicas ao Conselho de Segurança e foi perpetrado um acto de chacina, um acto de assassínio em grande escala e foram cometidas crimes de guerra pelas forças armadas dos Estados Unidos da América, tornando o George W. Bush um assassino e um criminoso de guerra, além de mentiroso.

Por muito que se desdém a perda de vidas humanas, porque a morte de qualquer um é uma tragédia, seja norte-americano ou iraquiano, seja palestiniano ou israelita, há que salientar os ataques da Resistência Iraquiana, que esta semana atacou três esquadras de polícia colaboracionistas e uma coluna militar das forças da ocupação. 100 mortos. A lastimar, mas quem vai à guerra, dá e leva. Enquanto se gasta bilhões de dólares em guerras ilegais, enquanto se gasta bilhões de dólares em bombas de fragmentação (que são deitadas em zonas de residência civil) e enquanto se gasta bilhões de dólares em sistemas de armamento que são empregues contra as infra-estruturas civis no Iraque, estão infectadas diariamente em África sub-Saariana mais do que uma em cada cinco mulheres, parte das 3,2 milhões de pessoas infectadas em 2003.

Este flagelo está já a ter consequências nos sistemas de educação, bem patente em Moçambique, onde 17% dos professores são seropositivos e onde muitas crianças faltam à escola por terem de tomar conta dos irmãos, devido à morte dos pais.

Mais uma vez, Moscovo é palco de tragédia, desta vez o parque aquático Transvaal, no sudoeste da cidade. 26 mortos, muitos deles crianças, em dia de festa.

Sejam quais forem as razões por este acidente: negligência, falhas na construção, terrorismo, excesso de peso causado pela neve, o mundo fica mais triste esta semana pela morte de norte-americanos, iraquianos, africanos, russos…todos diferentes mas todos iguais.

Quando é que o Homem vai aprender a lição que somos todos irmãos que vivem a volta dum lago comum?

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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