COMUNICADO DO SECRETARIADO DO ESTADO MAIOR DAS FARC-EXÉRCITO DO POVO

O seqüestro de Ricardo González, destacado integrante da Comissão Internacional das FARC-Exército do Povo, efetuado a 13 de Dezembro último em Caracas por organismos de segurança colombianos e estadunidenses, com a cumplicidade de agentes antipatrióticos e corruptos que envergonham a República irmã, deve tocar os alarmes de todos os governos e povos do continente.

Verificou-se uma grave transgressão do Direito Internacional e uma violação infame da soberania da República Bolivariana da Venezuela. O cão de guarda dos Estados Unidos (o narcoparamilitar Uribe Vélez), o mesmo que a partir do Palácio de Nariño provocou o holocausto humanitário da Colômbia, julga-se agora com pleno direito de efetuar incursões com os seus bandos criminosos para além das fronteiras, reeditando assim o tenebroso Plano Condor da CIA que nos anos 70 semeou mortes, detenções e desaparecimentos no Cone Sul do Continente.

Este fato de pirataria deve ser objeto de esclarecimento e reparação. Conclamamos os governos e os povos da Nossa América a exprimirem a sua solidariedade com as exigências que nesse sentido o governo bolivariano da Venezuela fizer ao da Colômbia que, não duvidamos, ater-se-ão às normas do Direito Internacional.

Historicamente os governos da oligarquia colombiana fundamentaram na mentira a repressão ao seu próprio povo. O "Plano Patriota" como parte do Plano Colômbia, nada ter a ver com a Pátria e sim com a geopolítica expansionista da Casa Branca que ameaça toda a região. A política de "Seguridad Democrática", máscara atrás da qual se oculta uma desalmada política fascista, nada tem a ver com a segurança de todos os colombianos e sim com a de uma minoria privilegiada de mesquinhos capitalistas.

Mentira descarada é a dos paramilitares na Colômbia, pseudónimo com o qual se executam os mais abomináveis crimes de Estado. O qualificativo de "terrorista" ou "narcotraficante" com que hoje se calunia o povo em armas é uma patranha suja contra-insurreccional para desprestigiar a alta motivação política da sua luta e justificar a intervenção dos Estados Unidos no conflito interno da Colômbia.

Por isso, desde o chefe de Estado para baixo, passando pelo seu Diretor de Polícia e seu Promotor de bolso, mentem. Mentem e enganam a opinião pública ao afirmar, contra toda a evidência, que Ricardo (Rodrigo Granda) foi capturado em território colombiano e não em Caracas. Falsificam fatos e circunstâncias como quando difundem extemporaneamente ordens de captura da Interpol com a pretensão de dar aparência legal aos seus desaforos. O atual governo da Colômbia não é digno da mais mínima credibilidade.

Nenhum governo do continente pode ter confiança num mandatário que, como Uribe, pede a uma potência estrangeira, os Estados Unidos, a invasão do seu próprio país e a deslocação de porta-aviões ianques no Caribe e no Pacífico. Um presidente assim é uma grave ameaça à segurança da América Latina.

Agradecemos todas as expressões de solidariedade recebidas de muitas organizações do mundo, de prestigiados intelectuais, jornalistas e gente humilde, pelo seqüestro de Ricardo em Caracas e pela extradição de Simón Trinidad para os Estados Unidos. No momento em que o imperialismo atenta com a maior sanha contra a liberdades dos povos do mundo, a solidariedade com a luta que trava o nosso povo pela Nova Colômbia com justiça social e paz é a expressão esperançosa dos mais caros valores legados pelo Libertador à Humanidade.

Secretariado do Estado Maior Central, FARC-EXÉRCITO DO POVO Montanhas da Colômbia, 13 de Janeiro de 2.005

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