Bush e Blair: Justificar o injustificável com arrogância

George Bush e Anthony Blair sabem que insultaram a comunidade internacional e sabem que quebraram a lei internacional quando atacaram o Iraque, um país que não colocava ameaça nenhuma a ninguém, apesar das mentiras. Numa tentativa de justificarem o que fizeram, aparecem juntos com cada vez mais frequência, dando palmadas nas costas, trocando frases de ocasião, masturbando-se mutuamente com elogias numa amostra de afeição mútua que, se fossem raparigas, com certeza ver-lhes-ia a entrarem juntos na casa de banho.

Com frases como “Vamos agarrar os pés deles perto da fogueira para garantir que a democracia prevalece”, George Bush mais uma vez evidencia sua visão limitada, provinciana, preto-e-branco dos acontecimentos no palco internacional. Agarrar os pés deles perto da fogueira? Já agora porque não fazer o serviço todo e atirá-los para o meio das chamas, ou então deitar bombas de fragmentação no meio de Ramallah? Ou talvez enviar a Lynndie England para a faixa de Gaza para que possamos ver o tipo de fotografia a que nossos avós de habituaram, oriundos de Auschwitz e Belsen e Dachau.

Com frases do tipo, “Se queremos ter um estado palestiniano viável, queremos garantir que a infra-estrutura política, económica e de segurança deste estado seja formada e que se assume como realidade”, o Primeiro-ministro britânico, que sabe muito bem o que faz, afirma de forma cristalina que esta aliança agressiva anglo-saxônica está viva, está muito bem e que podemos esperar mais do mesmo.

Contudo, o mundo não está a dispor deles. Os que defendiam os valores morais e éticos e a lei internacional não foram Washington e Londres. Enquanto Moscovo, Paris, Berlim, Beijing e Brasília estavam a formar um Eixo de Razão, Londres e Washington, com uma mão cheia de assustados sicofantas, forjaram o Eixo do Mal e começaram a cometer crimes de guerra.

Foram assassinados civis. Foram deitadas bombas de fragmentação em áreas residenciais. Foram mutiladas milhares de crianças, que perderam os braços e as pernas. Foram estupradas mulheres detidas. Pessoas foram torturadas, assassinaram-se milhares de inocentes, foram mutiladas dezenas de milhares de civis. Diziam mentiras, Forjaram documentos. Isso é ser “os pilares do mundo livre”?

A posição adotada por Bush e Blair, em se auto-justificar cada vez mais, pode ser traduzido pelo facto que estão pouco a vontade com aquilo que fizeram. Blair já este ano considerou demitir-se e pensou em converter-se do anglicanismo ao catolicismo, que é prova do seu estado de espírito. Em segundo lugar, confirma-se que esta aliança anglo-saxônica permanece e continua a ser um insulto à comunidade internacional que, através da ONU, fez um só pedido: que Londres e Washington aderissem à lei internacional.

Não o fizeram porque já tinham cometido as suas tropas antes de darem o trabalho de verificarem os factos e depois nem Bush nem o Blair foram homens suficientes para admitir os seus erros.

Bush e Blair não significam liberdade, nem democracia ou qualquer outra coisa que valha, porque estados livres e democráticos têm de seguir os princípios da liberdade e democracia, nomeadamente o debate, a discussão e o diálogo e o Conselho de Segurança da ONU é o devido fórum para resolução de crises, não a lei da espingarda.

Bush se comportou como um colono americano, desbravando as terras bravas com a Bíblia e a bala. Blair seguiu aos seus calcanhares porque tudo faria para ganhar o protagonismo. É assim tão simples quanto isso.

Bush e Blair significam crimes de guerra e assassínio em grande escala, Bush e Blair significam a quebra da lei internacional e um insulto a aqueles que vivem dentro da lei e que seguem a regra e estado da lei. Mais nada.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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