Bolívia: O poder do Povo provoca crise governamental

Após uma explosão de violência no Domingo, que reclamou as vidas de 29 pessoas e deixou seis dezenas de feridos, o governo de La Paz decidiu interromper o plano de prosseguir com o fornecimento do gás natural.

Milhares de tropas e polícias combateram o povo boliviano nas ruas de La Paz, que protestavam contra o envio da matéria-prima nacional para o estrangeiro, temendo que o dinheiro proveniente das vendas ficaria nos cofres das firmas estrangeiras que financiam a extracção do gás – ou nos bolsos dos governantes - e não nas bolsas do povo.

As cinco semanas de manifestações populares fizeram com que Presidente Gonzalo Sanchez de Lozada recuasse e prometesse fazer consultações com a oposição sobre o plano de exportação. Alem disso, o vice-presidente, Carlos Mesa, retirou seu apoio do presidente, declarando ao BBC que “”Penso que a proposta do governo para diálogo não chega”, enquanto o ministro da economia, Jorge Torres Oblea, se demitiu.

A situação está a chegar a dimensões graves, visto que devido a cinco semanas de greves, os estoques de comida em La Paz estão escasseando e agora que as forças de segurança provocaram dezenas de mortes, Presidente Lozada se vê confrontado não por um país, mas cada vez mais pela opinião pública mundial.

O povo boliviano quer a nacionalização do gás natural, reclamando que é um bem nacional para o bem do povo, e não de milionários estrangeiros ou governantes corruptos nacionais.

Mais do que uma guerra de recursos, começa uma guerra do direito dum povo de gozar os benefícios dum bem nacional. Não ao neo-colonialismo e sim à expressão dos direitos humanos dos povos da América Latina!

Juan BLANCO PRAVDA.Ru

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