Mutilação Genital Feminina: Uma prática que tem de parar

Em muitas regiões de África, e algumas da Ásia, a prática da Mutilação Genital Feminina (MGF) continua, um pesadelo para gerações de jovens que nunca tiveram nem nunca terão o direito de dizer que os seus corpos lhes pertencem.

Esta prática, também chamada circuncisão feminina, se traduz na corte do clítoris para remover qualquer prazer da mulher no acto sexual. Tradicionalmente, se pensa que se a mulher gozar o acto sexual, pode se tornar promíscua.

O clítoris é cortado antes das jovens entrarem em puberdade, por isso não é feito com o consentimento da vítima. Muitas vezes, as jovens têm entre 5 e 8 anos de idade. Cada 15 segundos, uma jovem é operada algures em África ou Ásia desta forma. São mutiladas. Para sempre. E não têm o direito de reclamar.

Esta operação é feita muitas vezes em condições de higiene deploráveis, o instrumento de corte muitas vezes não é lavado, é utilizado em muitas operações e a vagina, quando suturada para sarar, frequentemente ganha infecção e não são poucos os casos em que a vítima morre…ou fica seropositiva.

Embora haja uma proibição da MGF na prática, no campo, fora das cidades, continua a ser praticada em vastas zonas da África do Norte e do Centro, sem que sejam respeitadas, nem impostas, as leis nacionais.

Uma semana depois do primeiro Dia Oficial Anti-MGF, nada mudou. Falou-se muito, muitas pessoas ficaram chocadas mas depois do circo voltar para os escritórios confortáveis nas cidades, continua esta tortura das jovens, que nunca chegarão a mulheres...completas.

Este é um exemplo muito nítido da diferença cultural e comportamental que existe entre os povos. Se bem que todas as culturas têm direito aos seus costumes e se bem que nenhuma cultura tem o direito de se julgar superior a outra, como é evidente, quando é posto em causa o futuro desenvolvimento saudável dum ser humano, que a priori ao nascimento tem o pleno direito de assumir controlo do seu próprio corpo, há que condenar esta prática de MGF e há que lutar por todos os meios para erradicar a Mutilação Genital Feminina o mais rapidamente possível.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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