Assad é parte inafastável de qualquer solução política na Síria

Sayyed Hasan Nasrallah, do Hezbollah:
"Assad é parte inafastável de qualquer solução política na Síria"
6/6/2014, Al-Manar TV, Beirute (vídeo em http://goo.gl/U7C1Tp)


O secretário-geral do Hezbollah, Sua Eminência Sayyed Hasan Nasrallah, disse que as eleições presidenciais na Síria anunciam o fracasso da guerra internacional movida contra aquele país e confirmam que a intermediação do presidente Bashar Assad é indispensável para que se alcance qualquer solução política duradoura.

Sayyed Nasrallah falou durante a cerimônia em memória do presidente da Associação Islâmica de Educação e Ensino, Sheikh Mostafa Qassir. Enfatizou também que o governo sírio opôs firme resistência contra a pressão ocidental e insistiu em que se realizassem eleições presidenciais.


"Com esse comparecimento massivo às urnas, os sírios respondera às extraordinárias pressões que os EUA e do ocidente em geral fizeram contra eles" - disse Sayyed Nasrallah. E continuou: - "Em vez de insistir naquelas pressões que visavam a confiscar o desejo e o direito dos sírios, os EUA e o ocidente deveriam ter facilitado o processo para permitir que sírios votassem nas embaixadas em outros países."

"Em alguns países lançaram-se até fatwas takfiri, para impedir que cidadãos sírios participassem nas eleições de seu país."


A farsa tornou-se visível quando a coalizão contra Assad ameaçou a população síria com detonações de carros bombas durante as eleições. Mesmo assim os eleitores não se intimidaram e compareceram massivamente às urnas para votar.

Quanto à votação de sírios no Líbano, Sayyed Nasrallah disse que o comparecimento surpreendeu o Movimento 8 de Março, como também surpreendeu o Movimento 14 de março. Acrescentou que a acusação de que o Hezbollah estaria obrigando os sírios a votar ou que estaria arrastando eleitores para as urnas é acusação oca, sem qualquer comprovação.

Sayyed Nasrallah destacou que as eleições presidenciais na Síria confirmaram os seguintes pontos:

- Os milhões de eleitores sírios preservaram a integridade e a dignidade de seu país.

- O governo sírio continua perfeitamente capaz de gerir a solução dos problemas da vida pública e civil dos sírios.

- Os sírios são perfeitamente capazes de decidir sobre o próprio destino, sem dar importância ao que desejem 'potências' estranhas e estrangeiras.

- A batalha não é entre o povo sírio e o governo da Síria. O massivo comparecimento dos eleitores sírios às urnas é grande vitória do presidente Bashar Assad e seu regime.

- Quem queira alcançar solução política na Síria não poderá ignorar os resultados dessas eleições presidenciais.

Falando aos que disseram que as eleições sírias seriam 'uma farsa' e os que fizeram declarações com insultos contra o povo e o governo sírios depois de conhecido o resultado das eleições, Sayyed Nasrallah disse que insultos e acusações descabidas são como a confissão do fracasso político daqueles 'críticos'.


"Na Síria, qualquer solução política tem, necessariamente, de considerar o presidente Bashar Assad" - Sayyed Nasrallah repetiu.


Para Sua Eminência, a solução política terá necessariamente de levar em conta os resultados das eleições presidenciais e pôr fim ao apoio militar que grupos militantes continuam a receber do exterior.


"Não bastará classificar aqueles grupos como "terroristas" e incluí-los em 'listas negras" - disse Nasrallah. - "É indispensável também pôr fim ao apoio militar que aqueles terroristas recebem. Vários países da região já meteram os grupos militantes em suas 'listas negras', mas, mesmo assim, continuam a garantir apoio financeiro e logístico aos mesmos grupos terroristas."


Sayyed Nasrallah conclamou os grupos terroristas na Síria a reconhecer a derrota, sobretudo quando já se sabe que suas opções militares são limitadas, sem horizonte à frente.

Eleições presidenciais no Líbano

Sayyed Nasrallah conclamou todos os partidos políticos libaneses a envidar esforços para eleger novo presidente, mantendo-se afastados de desejos e interferências estranhas ao país.

Ao Movimento 14 de Março, Sayyed Hasan Nasrallah disse que:


"Já que tanto acusam o duo xiita de desejar o vácuo político para alcançar uma modalidade de poder tripartido, vocês que desativem, de vez, o plano de eleger presidente. Por mais que neguemos essa acusação absolutamente sem fundamento, o pessoal do 14 de Março insiste sempre nessa conversa, sabendo que os franceses foram os primeiros a levantar essa questão em Teerã.

Jamais cogitamos ou desejamos qualquer partilha de poder em poder tripartido, nunca pedimos isso, nunca quisemos isso, nunca buscamos obter tal coisa" - disse Sua Eminência.


Sayyed Nasrallah disse também que os libaneses não devem esperar que iranianos e sauditas acertem todas as suas diferenças de posição sobre as eleições presidenciais no Líbano:


"Os iranianos não impõem aos aliados as suas opções políticas, porque os iranianos respeitam os aliados" - disse Sua Eminência. - "E os sauditas estão preocupados com outros problemas regionais e têm reiterado que não interferirão nas eleições presidenciais libanesas."


Sayyed Nasrallah concluiu, dizendo que os próprios libaneses têm de comandar suas eleições presidenciais:


"Além do desejo internacional de pacificar a situação no Líbano, todos os partidos políticos estão preocupados com preservar a segurança e a estabilidade no país. Trata-se, para começar, de pacificar a retórica política e excluir dela qualquer nota de incitamento sectário."


Sayyed Nasrallah também destacou a importância de o governo cuidar diretamente de acertar as condições de segurança no país.

Sua Eminência tratou também de outras questões domésticas: solicitou que o Parlamento aprove a lei que decide sobre as novas escalas de salário, para assegurar os próprios direitos a professores e empregados; e destacou a importância de pôr fim ao problema da Universidade Libanesa. ****

 

 

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