Crianças soldados, entre a espada e a morte

A história chocante das crianças soldados, da qual nenhum continente escapa. Chechénia e Angola mencionados em relatório da ONU.

Quase todos os rapazes gostam de brincar aos soldados na altura certa. Ser soldado é outra realidade, um pesadelo reservado para aqueles que não têm o poder para escolher seus próprios destinos. É a responsabilidade do resto da comunidade internacional denunciar este mal e publicar este abuso tão cruel dos direitos humanos básicos.

O relatório da ONU, Crianças em Conflito Armado, cita casos em que crianças foram deliberadamente mortas ou mutiladas para servir de exemplo para outras que estavam considerando a deserção. Em alguns casos, foram-lhes cortados os membros, noutros casos, moças foram violadas e torturadas antes de serem esforçadas a prostituírem-se, incorrendo uma taxa de infecção por HIV/SIDA “de três a quatro vezes superior às taxas nas populações locais”, de acordo com UNAIDS.

Para aqueles que irão declarar de imediato que estes abusos são limitados à África, o relatório deixa bem claro que não há continente que escapa desta vergonha que é mais do que uma vergonha para os perpetradores, é uma vergonha para a Humanidade. Desde a América Latina (Colômbia, El Salvador, Guatemala) à África (RD Congo, Uganda, Angola, Serra Leoa, Libéria, Sudão, Rwanda), à Ásia (Nepal, Mianmar, Sri Lanka, Filipinas) à Europa (Bósnia, Chechénia).

Neste último caso, o relatório da ONU declara que “insurgentes” chechenos utilizam as crianças nas suas operações militares, para colocarem minas e explosivos.

Ao todo, apesar dos programas de recolocação das crianças detidas supervisionadas pela ONU, muitas dezenas, se não centenas, de milhar de crianças continuam a estar encurraladas neste pesadelo, do qual a única maneira de escapar é uma bala, o único alívio duma vida de sofrimento em que foram esforçadas a participar.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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