Ministério da Defesa proibiu marinheiros britânicos a venda das suas histórias à imprensa

O Ministério da Defesa britânico proibiu ontem (09) os marinheiros que permaneciam em cativeiro no Irão de venderem as suas histórias aos media até à revisão das regras sobre este assunto. Esta decisão surgiu na sequência do escândalo provocado pela autorização dada aos 15 marinheiros sequestrados pelo Irão durante 13 dias de receberem dinheiro em troca de entrevistas.

Faye Turney, a única mulher no grupo de marinheiros libertados na quinta-feira, terá conseguido um acordo no valor de cem mil libras (146 mil euros) por duas entrevistas ao tablóide The Sun e à televisão ITV. Faye Turney relatou a imprensa a chacota e as ameaças de morte de que foi alvo nos 13 dias de detenção, durante os quais os captores a obrigaram a despir-se, lhe mentiram e sugeriram que não voltaria a ver a filha de três anos.

Mas nem todos os marinheiros decidiram vender as suas histórias. O tenente Felix Carman declarou à SkyNews que não o fará, mas disse perceber a posição de Turney: "Está a garantir o futuro da filha." Outros optaram por doar o dinheiro a obras de caridade. No total, os marinheiros deverão receber 250 mil libras (367 mil euros) pelas suas histórias.

O ministro da Defesa, Des Brown, explicou à BBC que a revisão das regras visa torná-las mais consistentes.

A oposição conservadora reclamou do governo ter permitido esse "comércio indigno". O ex-secretário de Defesa, Michael Heseltine, considerou o caso um dos mais perversos que viu em sua vida: enquanto as tropas ganham pouco dinheiro, os capturados conseguem uma fortuna com a exploração sensacionalista de sua experiência.

O escândalo dos marinheiros não se esgota na venda das histórias à imprensa. As declarações do bispo das Forças Armadas, Tom Burns, e do bispo de Rochester, Michael Nazir-Ali, que elogiaram os "valores morais" e o "acto de misericórdia" dos iranianos para com os britânicos também foram alvo de críticas, escreve Diário de Nitícias. 

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