A Semana Revista

Tsunamis de porcaria

O maremoto, ou “tsunami”, a palavra na moda actualmente, devastou largas áreas e ceifou as vidas de talvez 200.000 pessoas. No entanto, a reacção da humanidade obriga-nos a vários apontamentos, nada positivos.

Alguns países começaram a bradar aos Céus que estavam a liderar as acções de apoio humanitário enquanto decidiram simultaneamente através dos média ignorar os esforços de outros países que já estavam a trabalhar no local.

De facto, as primeiras equipas internacionais a trabalharem em acções humanitárias na Ásia na sequência do maremoto foram indianas e russas. Onde está esta história nas páginas da imprensa internacional?

A lamentar também as equipas de pedófilos que afluíram à zona à procura de vítimas indefesas, oportunistas, hienas humanas, abutres da pior espécie. Só que só o ser humano consegue descer a estas profundezas morais, sendo o pior de todos os animais nesse aspecto.

Nelson Mandela, Homem da Semana

Por admitir que seu filho morreu vítima da VIH/SIDA, Nelson Mandela está pondo em prática aquilo que Presidente Gorbatchyov chamou perestroika e glasnost, nomeadamente re-estruturação e abertura. Praticando políticas de semear a verdade é a única maneira de vencer esse flagelo que sobrevive principalmente devido à ignorância do público e à indiferença dos governos.

Nem todos os cidadãos do mundo entendem como é transmitido esta doença, o que é perfeitamente inaceitável, devido ao facto que ceifou tantas vidas e nem todas as vítimas recebem os medicamentos anti-retro-virais que precisam – em alguns casos, inclusivamente nas repúblicas ex-soviéticas, uma pequena percentagem das mesmas.

Abertura, verdade, frontalidade – as armas de Mandela e as armas de todos os homens que querem lutar contra a injustiça utilizando a razão contra a escuridão.

Moçambique – Apelos para melhorar sistema eleitoral

Se bem que houve falhas no sistema eleitoral, não se pode dizer que houve fraude eleitoral, o que é o que diz a RENAMO cada vez que perde uma eleição contra a FRELIMO. No entanto, Afonso Dhlakama apelou para a não incitação de violência na sequência das eleições em Dezembro.

Assim Moçambique vai progredir.

A notar, esta semana esse país doou 100.000 USD ao fundo humanitário para a reconstrução dos países asiáticos devastados pelo maremoto. 100.000 que não tem, mas que teimou em dar, uma acção de solidariedade singular, que demonstra o grande coração que tem o povo moçambicano, e o povo da África.

Portugal: Morte da direita política

Quem vive em Portugal há mais que 25 anos sabe muito bem que o PSD e seus lacaios não enganam ninguém. Por muito que o senhor Aníbal Cavaco Silva ande por aí a tentar ganhar pontos políticos por não se associar a pessoas que ele conhecia e promovia há 20 anos, a resposta a esse senhor na sua tentativa de correr pela Presidência de Portugal em 2005 é: Cavaco? Não obrigado.

Os seus estudantes no PSD fizeram ainda pior do que ele fazia entre 1985 e 1995: destruíram por completo o país, enquanto sob Cavaco, se destruiu apenas o tecido social do povo português. Foi uma espécie de tabelinha política, primeiro criar as condições pelo rompimento e depois, atirar ácido nas caras e olhos de todos os portugueses e todos os cidadãos que vivem neste país.

Sob a hábil liderança do desgoverno PSD/PP, primeiro de José Barroso e depois do seu amigo e antigo adversário político e não só, Pedro Santana Lopes, Portugal conseguiu descer do décimo-quinto lugar dos 15 países membros da U.E. para entre 18º e 19º lugar dos 25.

Venham depressa mais países pelo amor de Deus para evitar que o país de Sebastião evite a desclassificação para a segunda divisão, já que o Sebastião teima em não aparecer.

No horizonte, a situação política mais risonha só pode aparecer, pois 200.000 desempregados em dois anos é obra da direita política desumana que deverá, ou alias deveria, retirar o PSD e PP da cena política por muitas décadas, só que os portugueses têm memória curta.

Para quem viveu neste país entre 1985 e 1995, não veio como surpresa a péssima governação dos pupilos de Cavaco Silva, o barão do PSD que se atreve agora a contemplar lançar-se pela Presidência. Não, obrigado. Sob a sua liderança o número de pessoas que afluíram às consultas de psicologia e psiquiatria aumentou por três vezes.

Agora querem tornar um país de desempregados e bancarrotas num manicómio colectivo. Não obrigado. Basta de políticas de laboratório cegas da direita, basta de campanhas do fisco mânicas, atirando milhares de portugueses para a rua em vez de negociar com as firmas que o fisco fechou nas últimas semanas de 2004 (parabéns para o senhor Bagão Feliz. Conseguiu destruir os Natais de muitos dezenas de milhares de trabalhadores portugueses que não tiveram culpa de nada).

Para fechar, a resposta a um senhor funcionário do Ministério das Finanças que negociou com uma firma, uma das muitas vítimas da política fiscal desse último, quando a dona da firma perguntou como havia de regular as contas e contribuir por continuar trabalhando:

“Não se pode contribuir trabalhando. Ou paga tudo ou feche a firma. Tem de utilizar a imaginação. Peça aos familiares e amigos!”

Sem comentário. Faltava só dizer que entrasse na prostituição ou que fosse às Amoreiras munida com uma câmara de vídeo e uma cadeira. Haverá alguém que ainda vai votar no PSD ou PP, partido de Bagão Félix?

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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