Farc acreditam que acordo de paz pode ser firmado em junho

Farc acreditam que acordo de paz pode ser firmado em junho

O assessor jurídico das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército do Povo), Enrique Santiago, acredita que se as duas partes - guerrilha e governo - não "perderem tempo com discussões desnecessárias" o acordo de paz definitivo pode ser firmado em junho deste ano. 

Depois de mais de 50 anos de conflito, o acordo de paz nunca esteve tão perto

"A assinatura do acordo de paz não deve tardar para além do primeiro semestre deste ano. Minha previsão é que se ambas as partes começarem a trabalhar na mesa [diálogos de paz] para abordar temas pendentes e não perderem tempo em discussões desnecessárias, ao final de maio ou começo de junho já estariam encerrados todos os pontos, incluindo o acordo final", disse Santiago ao periódico colombiano El Tiempo. 

Santiago se preocupa, porém, com as poucas garantias de segurança apresentadas pelo governo para desmantelar e desarmar de forma eficaz o paramilitarismo depois do acordo final entre as duas partes. 

"Se há compromisso e seriedade por parte do governo de colocar em marcha as políticas de segurança, ou seja, de combate eficaz ao paramilitarismo, este processo de baixar armas poderia estar concluído no final deste ano ou nos primeiros dias de 2017, e desta forma o conflito de mais de 50 anos poderia ser concluído", esclareceu. 


Santiago defende a integração dos guerrilheiros à população civil 


O assessor jurídico explicou que existe um problema pendente nas zonas e territórios de paz que o governo pretende criar centros de reclusão, algo contraditório, porque se os insurgentes querem participar da vida política devem ter liberdade de interagir com a população civil. 

"É absurdo [a decisão do governo], somos uma força guerrilheira que historicamente mantém relações com a população civil, e esta relação até hoje foi nossa principal base de sustentação e apoio durante estes 50 anos de conflito, quando chega o momento de desaparecer como força guerrilheira e converter-se em força política não tem sentido proibir a relação com a população civil", argumentou. 

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