Colômbia: Quem votaria por SIM ou por NÃO ao Plebiscito? Que a Paz esteja contigo

Colômbia: Quem votaria por SIM ou por NÃO ao Plebiscito? Que a Paz esteja contigo

Resumen Latinoamericano/julho 28, 2016

Quem votaria pelo Sim no Plebiscito para referendar o cessar-fogo bilateral e os Acordos Gerais alcançados eventualmente na Mesa de Havana...

Eu, em primeiro lugar, votaria entusiasmado pelo SIM rotundo, sim nenhuma dúvida. Pela vida de todos esses jovens que são recrutados à força nas rodadas de recrutamento dos militares colombianos, rodadas praticadas todos os anos de duração desta guerra demencial e fratricida e decretada pelos governos da Colômbia e dos Estados Unidos.

Votariam as mães dos guerrilheiros, e seus familiares, que, obrigados pela perseguição estatal, empunharam uma arma para salvar suas vidas.

Votariam as mães, e familiares, dos soldados, policiais, inclusive as mães dos "cocotudos" oficiais da Força Pública, que, ainda que eles não vão à frente de batalha na guerra fratricida que nem sequer eles declaram, têm sim uma possibilidade real de cair no cenário cru da guerra.

Votariam os operários, os campesinos, os indígenas, os estudantes, os trabalhadores, os desempregados, os empregados na chamada "economia informal", os sem nenhuma possibilidade de trabalho. Todos eles votariam pelo SIM com a esperança de uma vida melhor, em Paz e com Justiça Social.

Votariam SIM os familiares de todas as vítimas. Os familiares dos executados extrajudicialmente, dos desaparecidos forçosa e não forçosamente, dos massacrados nos quase 4.000 massacres, das 5.000 vítimas da U.P., dos sequestrados, das vítimas que pareciam ou que não pareciam ser parte do "inimigo".

Votariam os familiares dos prisioneiros políticos que purgam pena com ou sem condenação pelo "delito" -real ou não- de serem guerrilheiros, milicianos, ou "auxiliares da guerrilha".

Votariam os familiares dos líderes populares, os sindicalistas, os professores, os reclamantes de terra -7,5 milhões de deslocados forçados, aos quais lhes roubaram mais de 8 milhões de hectares de terra cultivada com enormes sacrifícios-, os "diferentes" e os "raros", os "descartáveis" de todos os governos, moradores da rua, os do Bronx e os dos milhares de Bronx existentes em cada cidade e povoado.

Votariam todos os colombianos do povo. Os "bons" e os "maus". Os estudados e os que não tiveram essa possibilidade e que talvez agora se lhes abre essa porta de uma vida diferente. Votariam os artistas e nos fariam sentir diferentes com suas obras de arte, excelentes algumas, boas outras, ruins algumas, porém todas obras incríveis que mostram a enorme plasticidade dos colombianos e que nos fazem sentir diferentes e colombianos.

Os que votariam pelo NÃO

 

Quem votaria NÃO no Plebiscito para referendar o Cessar-Fogo Bilateral e um Acordo Geral para alcançar a Paz depois de sofrer mais de 60 anos de guerra cruel e fratricida?

Só os loucos que fizeram da guerra e da podridão seu modo de vida.

Só os que fizeram da corrupção sua forma de ganhar dinheiro, ao estilo dos corruptos cujas escandalosas fraudes preenchem diariamente as manchetes de seus próprios periódicos e noticiários de rádio e TV.

Só os narco-paramilitares que regaram de sangue inocente os campos e as cidades colombianos, levados pela mão dos militares que aplicaram ao pé da letra o Terrorismo de Estado da DSN, receitada pelos governos dos Estados Unidos da América do Norte.

Só os funcionários estatais que só têm na guerra a forma de esconder suas corruptas práticas. Ao estilo Ordóñez e companhia.

Os pecuaristas, os "empresários do campo", os usurpadores de terras cultivadas com enormes esforços dos campesinos que só têm como única forma de aumentar suas terras e seu capital promover a guerra, forma única de acumular capital na usurpação e no despojo. Ao estilo de Lafaurie e a caterva de assassinos que o secundam.

Só aqueles que fazem a guerra, porém nunca a viveram "em carne própria", já que nem eles nem seus filhos sequer prestaram o Serviço Militar Obrigatório e obrigam os militares a recrutarem forçosamente aos jovens pobres a irem à guerra, a lutar uma guerra alheia, uma guerra travada por pele alheia.

Em resumo, votariam NÃO no Plebiscito os escasso 10% dos colombianos anteriormente enumerados que por interesses mesquinhos e os que por serem mentalmente despistados apostam por uma guerra fratricida porque em "rio revolto, lucro de fraudulentos pescadores".

A todos eles, os chamamos por uma única vez em sua vida a pensar com sentido de Pátria e colocarem a mão no lado esquerdo do peito -ou no direito, se lhes causa dor- e pensar se não seria melhor viver numa Colômbia em que seus filhos pobres não estejam destroçando suas vidas por uma guerra alheia.

 

 

Allende La Paz, Cambio Total.

 

Tradução: Joaquim Lisboa Neto

 

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