Trabalhismo no Reino Unido e Brasil

(Londres, BR Press) - Na mesma semana em que Tony Blair fez seu último discurso como líder trabalhista frente a seu partido, pesquisas eleitorais indicavam que Lula ganharia as eleições.

Por Prof. Dr. Isaac Bigio*

Os dois são governantes eleitos de partidos de trabalhadores, que trocaram suas posições socialistas iniciais para dar-se bem com os Estados Unidos e os setores privados da economia.

Enquanto Blair segue enfrentado a ala histórica do trabalhismo, que questiona suas posições frente às privatizações e às guerras no Iraque e Afeganistão, o PT de Lula expulsou os “esquerdistas” (os quais, hoje, com Heloísa Helena, tiveram por volta de 7% dos votos), mas não se identifica com Bush ou com o monetarismo.

Blair poderá estar no poder de 1997 até 2007 e Lula de 2002 a 2010. Isto se deve ao fato de terem conseguido neutralizar uma direita associada a crises econômicas e polarização social, e a uma esquerda golpeada pela queda do “bloco socialista”.

Na tentativa de destronar estes ditos centro-esquerdistas, a direita pode optar pelo modelo sueco, voltando-se para o centro, enquanto que a esquerda, ao contrário, pode estar querendo aguçar seu radicalismo para diferenciar-se de Lula e Blair.

(*) O analista internacional e ex-professor da London School of Economics Isaac Bigio é peruano e especializado em América Latina. Assina uma coluna diária no jornal peruano Correo e escreve às terças e sextas para BR Press. Tradução: Angélica Resende/BR Press.

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