Diretor geral da OMC visita Cuba e elogia política internacional da ilha

Panitchpakdi qualificou de muito interessante a conversa com o presidente cubano. "Pude conhecer seus pontos de vista sobre a situação mundial e sua preocupação pelo futuro dos países em desenvolvimento", disse à agência de notícias cubana Prensa Latina. "O critério de Cuba sobre os instigantes problemas internacionais atuais em nossa esfera é de inestimável valor para nós", comentou.

Panitchpakdi expressou ao Granma Internacional sua satisfação por "Cuba escolher o caminho do multilateralismo e assim poder participar de uma maneira tão ativa como tem feito nas negociações relacionadas com Doha". Na presença do chanceler cubano Felipe Pérez Roque, com quem se reuniu durante uma hora, o diretor da organização afirmou que a OMC tenta reiniciar as negociações com o tema do tratamento especial e diferenciado, "significativamente amplo no setor da agricultura e dos produtos manufaturados".

Consultas proveitosas

Depois do fracasso da Cúpula de Cancun, em setembro passado, ao tentar acertar um acordo mundial sobre os subsídios agrícolas e outros temas, Panitchpakdi manifestou em Havana sua esperança de que as consultas iniciadas permitam enfrentar o problema, e encontrar "uma fórmula adequada para o acesso aos mercados e a redução das taxas". Com o mesmo objetivo viajará a Honduras e à Guiana.

Na opinião do chanceler cubano, estas consultas são proveitosas, uma vez que oferecem "uma visão mais ampla das preocupações que temos em muitos países e os temores de que as negociações e a própria organização (OMC) fiquem presas pelos interesses das minorias". Pérez Roque pôs ênfase na idéia de que o interesse não deve se centrar "no objetivo de reiniciar, mas sim em determinar às claras o rumo das conversações". "Nós achamos que o caminho das imposições não é correto, não pode haver predominância de uns poucos, senão do cenário multilateral", disse.

Interesses de todos

Cuba julga que a OMC tem que desempenhar um papel importante para que o processo "tenha em conta os interesses de todos, nomeadamente os interesses dos países menos desenvolvidos, que sofrem as conseqüências das regulamentações injustas do comércio internacional e de outros fenômenos muito graves como a dívida, a falta de acesso aos mercados, e a desigualdade em questões como a propriedade intelectual".

O ministro afirmou que o espírito predominante deve ser "tirar proveito do acontecido, contribuir para as discussões com sentido mais amplo e de compreensão", pois "perto de 130 países subdesenvolvidos têm esperanças na abertura dos mercados", hoje fechados pelos mais ricos, quando os pobres dependem da exportação de duas ou três matérias-primas.

Jovens comunistas

Panitchpakdi disse ao Granma Internacional que a reunião com Pérez Roque caracterizou-se por ser uma discussão muito aberta e franca, "fundamentalmente no que diz respeito à dimensão do desenvolvimento, de que os países da América Latina tenham acesso ao mercado e ao comércio internacionais" e a se encontrarem soluções "mais sustentáveis para a dívida externa, através da expansão do comércio internacional".

Durante sua visita de quatro dias a Cuba, o diretor da OMC se reuniu com o ministro de governo, Ricardo Cabrisas; o vice-presidente Carlos Lage; o titular do Comércio Exterior, Raúl de la Nuez, e com o presidente da Comissão Econômica da Assembléia Nacional, Osvaldo Martínez. Num encontro com dirigentes da União de Jovens Comunistas, Panitchpakdi tomou conhecimento dos diversos programas para elevar o nível cultural da população, as mudanças realizadas nos ensinos fundamental e secundário, a universalização do ensino superior, entre outras. O diretor-geral da OMC disse que ficou impressionado com os avanços de Cuba na educação e que a Unesco e outras agências da ONU poderiam utilizar estas experiências com o objetivo de estendê-las.

As informações são do jornal cubano Granma Internacional e da agência Prensa Latina

Diário Vermelho

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