Chávez diz que EUA tramam contra Venezuela

"Da mesma forma (que no Iraque) estão tramando uma mentira em relação à Venezuela, dizendo que na Venezuela há guerrilhas estrangeiras e que nós apoiamos o terrorismo", disse Chávez em um discurso a empresários num hipódromo de Caracas. Chávez enfatizou que para justificar a invasão do Iraque, "disseram que havia armas químicas de destruição em massa. Enganaram o mundo, enganaram o próprio povo dos Estados Unidos, enganaram os povos da Europa".

"O que falta nos próximos dias é que digam em Washington que aqui está escondido (Osama) Bin Laden, no hipódromo, na Rinconada", afirmou, referindo-se ao bairro onde fica a pista. Chávez disse que Bush e os que o apoiaram na agressão ao Iraque "enganaram o mundo inteiro" e que pioraram a situação nessa parte do mundo onde "todas os dias há explosão de bombas". "Enganaram todo o mundo, enganaram o povo norte-americano, enganaram os soldados dizendo-lhes que seriam recebidos com flores, enganaram os europeus, e da mesma maneira estão tentando enganar a Venezuela, inventando que apoiamos a guerrilha e outras coisas", disse o presidente.

Sangue derramado

Chávez responsabilizou Bush pelo sangue derramado na Venezuela durante o golpe de Estado de 2002, por tê-lo apoiado. "George W. Bush tem uma responsabilidade para com o mundo pelas mortes e pelo sangue derramado na Venezuela durante o golpe de 2002. Militares dos Estados Unidos se reuniram com os golpistas. Seu embaixador os parabenizou. Seu porta-voz em Washington disse que Chávez era um tirano e que tinha que apoiar o novo governo", lembrou.

O presidente também mencionou a inesperada visita do subsecretário de Estado Adjunto dos Estados Unidos para Assuntos Interamericanos, Peter DeShazo, na última segunda-feira em Caracas, e disse que seu objetivo era "agredir mais uma vez a Venezuela, como fizeram apoiando o golpe de abril de 2002". "Ontem (anteontem) o país presenciou uma visita inesperada do senhor subsecretário de Estado dos Estados Unidos (...) o que não podemos permitir nem vamos permitir é que venha aqui qualquer um, absolutamente qualquer um, para opinar sobre assuntos que são internos da Venezuela!", disse o presidente. "Não vamos permitir que continuem intervindo em nossos assuntos internos, porque a Venezuela é um país digno, livre e soberano", disse Chávez.

Viagens a Washington

"Não precisamos de dólares do governo dos Estados Unidos porque temos dignidade e soberania. O que é certo é que os Estados Unidos apóiam organizações da oposição que conspiram contra a democracia", afirmou o presidente venezuelano. "Bush deveria se preocupar com os pobres dos Estados Unidos, que estão crescendo, a falta de assistência médica para muitos de seus cidadãos, a discriminação racial. Nós não nos metemos em seus assuntos. A única coisa que fazemos é enviar-lhes todos os dias 1,5 milhão de barris de petróleo", acrescentou.

Segundo o presidente venezuelano, DeShazo visitou Caracas para revistar e dar instruções a seus subordinados da oposição golpista, a Coordenadoria Democrática, da qual, segundo Chávez, o representante de Bush é um dos chefes. Chávez assegurou que o projeto político da Coordenadoria é "entregar o país aos grandes interesses transnacionais, e por isso estão pedindo ajuda no exterior", em referência às constantes viagens de dirigentes golpistas a Washington.

Diário Vermelho

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