Os alemães e a Copa

Dizem todos que o comportamento dos jogadores alemães durante a Copa Mundial de Futebol, em 2014, foi exemplar.

Errado.  A equipe é bem treinada e joga com vontade.  Isso não se discute. 

Existe uma regra desportiva.  Não humilhar o adversário.  Foi exatamente isso que fizeram contra nós.  Qualquer atleta sabe perfeitamente quando o seu adversário é bem mais fraco.  A seleção brasileira estava ridícula, não se entende como um país com tradição consagrada no futebol pudesse apresentar um plantel tão medíocre.  Nunca o Brasil foi tão mal representado, esta é a verdade.

            Os alemães perceberam isso, não são idiotas.  Treinados, fizeram o primeiro gol.  O time brasileiro estava como barata tonta.  Veio o segundo gol, e não demorou, o terceiro.  Ora, os alemães viram claramente que o Brasil estava batido, não era adversário, mas prosseguiram nos ataques fulminantes, como na passada 'guerra-relâmpago'.  Massacram o adversário nitidamente muito inferior, numa atitude que não condiz com o esporte de atletas selecionados.

            Não é desculpa de perdedor, o Brasil estava uma vergonha em campo.  Mas depois do três a zero, com a vitória mais do que garantida, partiram para a humilhação.  Não seguraram o jogo, como um adversário cavalheiro, e dentro da casa deste.  Humilharam com sete gols.  E os brasileiros, que talvez não conheçam estas regras do esporte praticado com respeito e dignidade, transformaram os jogadores alemães em heróis.  Um erro, que só as sucessivas vitórias em todos os outros esportes, futebol incluído, claro, vai lavar a alma do torcedor brasileiro.

            Saudades de Nelson Rodrigues e João Saldanha... 

 

Jorge Cortás Sader Filho é escritor

 

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