Líder saarauí solicita intervenção pan-africana para libertar os presos

Líder saarauí solicita intervenção pan-africana para libertar os presos

O presidente saarauí, Brahim Ghali, pediu ao Parlamento Pan-africano (PA) que tome as medidas necessárias para garantir a libertação dos 23 presos políticos de Gdeim Izik, condenados a pesadas penas por um tribunal marroquino, em Julho último.

Numa carta que dirigiu ao presidente do PA, Roger Nkodo Dang, o secretário-geral da Frente Polisário e presidente da República Árabe Saarauí Democrática (RASD) pede ao organismo regional que tome «as medidas necessárias para a libertação imediata e incondicional dos presos políticos do Grupo de Gdeim Izik», informa o Sahara Press Service.

Estes activistas participaram naquilo que ficou conhecido como acampamento de protesto de Gdeim Izik, nos territórios ocupados do Saara Ocidental. Durante um mês, em 2010, dezenas de milhares de saarauís juntaram-se ali para protestar de forma pacífica e reivindicar os seus direitos sociais, económicos e políticos.

Sequestrados, detidos e torturados nos dias e semanas que se seguiram ao violento desmantelamento do acampamento, por parte das autoridades marroquinas, viriam a ser condenados a penas extremas por um tribunal militar marroquino, em 2013.

Após a anulação das sentenças pelo Supremo Tribunal, começaram a ser julgados novamente em Dezembro de 2016, num tribunal civil, em Salé, perto de Rabat, que a 19 de Julho último decretou a sua condenação a pesadas penas: oito a prisão perpétua, três a 30 anos de cadeia, cinco a 25 anos e três a 20 anos. Quatro dos acusados foram condenados a penas que oscilam entre os seis anos e meio e os dois anos e meio de prisão.

Brahim Ghali sublinhou que as «sentenças injustas são mais uma demonstração das intenções de Marrocos de prosseguir com sua política de abusos dos direitos humanos no Saara Ocidental». E exigiu a libertação de todos os presos saarauís ilegalmente detidos nas prisões de Marrocos, país que invadiu o território da RASD após a retirada de Espanha, ex-potência ocupante, em 1975.

Ghali enviou cartas semelhantes ao Comissário para a Paz e Segurança da União Africana, ao secretário-geral das Nações Unidas, ao presidente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e ao presidente do Comité Internacional da Cruz Vermelha.

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