TIMOR-LESTE: PRIORIDADE PARA A LÍNGUA PORTUGUESA

Num país em reconstrução o português é também uma outra infra--estrutura fundamental. Centros de Língua e de Cultura já funcionam e cerca de 5.000 timorenses já aprendem o português.

Quatro mil e setecentos timorenses inscreveram-se nos cursos de Língua Portuguesa que estão a ser organizados pelo Centro de Língua Portuguesa do Instituto Camões, em Díli, em cooperação com a Universidade Nacional de Timor Loro Sae (UNATIL). Não há tempo a perder. O futuro daquele país está a ser construído todos os dias. Os timorenses continuam a regressar às suas casas.

Querem agora preparar-se para novas etapas, novas tarefas. Empenham-se em iniciar uma nova vida. Para isso, depois dos anos de invasão indonésia e da destruição de que Timor foi alvo, contam com a ajuda e a solidariedade da comunidade internacional. Criado para promover a Língua e a Cultura portuguesas no estrangeiro, o Instituto Camões respondeu assim, desde a primeira hora, à vontade que o povo timorense mostrou de continuar a falar a língua portuguesa.

Antes mesmo de se ter iniciado qualquer tipo de reconstrução, o Instituto apostou na abertura do seu Centro de Língua em instalações provisórias, onde ensinar Português ou reavivá-lo na memória de muitos, era o objectivo principal. Hoje são, ao todo, doze professores que partiram de Lisboa e oito timorenses, os responsáveis por concretizar o objectivo de Portugal que é também o desejo de milhares de timorenses: comunicar em Português.

O centro, onde estes professores desempenham as suas funções, está equipado para ser uma verdadeira oficina da língua portuguesa. É constituído por uma biblioteca, equipamento audiovisual e multimédia, encontrando-se provisoriamente instalado na Escola Paulo VI.

Centro de Língua já funciona em Timor

Francisco Nuno Ramos, director de serviços de Língua Portuguesa e Intercâmbio Cultural do Instituto Camões, esclarece: “Os centros de Língua, é preciso que se diga, não substituem os Centros Culturais. São parcerias com as instituições locais. Este centro de Língua Portuguesa em Díli é o centro de recursos para apoiar todas as estratégias, todos os programas, neste caso, da Universidade Nacional de Timor Loro Sae.”

Desde há muito que as ligações entre a universidade timorense e o IC existem. Hoje até um pequeno segredo pode já ser contado: “O Instituto Camões sempre teve, mesmo durante a ocupação indonésia, contactos com elementos da cultura timorense. Aqui mesmo, nesta mesa onde agora estamos - diz Francisco Ramos - se sentava, naquele tempo, o reitor da Universidade de Timor, a planear cursos de língua portuguesa que teriam de ser dados num local que não fosse suspeito aos olhos dos indonésios.”

Hoje em dia, já não é preciso esconder nada. Assim que as condições políticas o permitiram, o IC deu os primeiros passos na instalação do Centro de Língua.

Fonte: África Hoje

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