Petróleo: Falhas de transparência?

A Procuradoria-Geral da República (PGR) do arquipélago de São Tomé informou ter encontrado «sérias falhas» de transparência no segundo leilão de blocos petrolíferos na zona de exploração conjunta São Tomé e Príncipe/Nigéria.

A Procuradoria diz ter descoberto estas «falhas» na sequência da investigação iniciada há pouco menos de dois meses no arquipélago, após denúncias de alegados conflitos, jogos de interesse e pouca transparência no concurso internacional de adjudicação dos blocos.

«Concluímos durante as investigações que existiram sérias falhas na segunda ronda de licitação de blocos. Acreditamos que em alguns casos faltou transparência enquanto noutros faltou adequação para avaliar a capacidade e a viabilidade financeiras das empresas que participaram no leilão», declarou Dobie Langenkamp, chefe da equipa de consultores norte-americanos que está a assessorar a PGR nas suas investigações.

Os consultores consideram que é necessário continuar as investigações para apurar responsabilidades. «Estamos certos de que estas negociações vão levar ainda bastante tempo porque várias companhias exploram um mesmo bloco. Existem companhias com dificuldades financeiras que vão seguramente dificultar a assinatura do acordo para a partilha de produção», rematou Langenkamp.

Depois de entrevistar mais de 20 personalidades envolvidas neste polémico dossier petroleiro e de rever numerosos documentos e relatórios, a PGR deverá enviar uma missão à Nigéria para examinar o processo de selecção das empresas a que foram a adjudicados blocos do ouro negro.

«Contactos estão a ser feitos no sentido de prosseguirmos com as investigações na Nigéria porque necessariamente teremos que fazer na Nigéria o mesmo que estamos a fazer cá em São Tomé e Príncipe, de forma a termos a investigação concluída», garantiu o procurador-geral da República, Adelino Pereira.

O processo remonta a Abril passado quando a reunião do Conselho Ministerial Conjunto confirmou a decisões relativa ao segundo leilão de cinco blocos petrolíferos e adjudicou a participação de exploração.

Na altura, várias vozes políticas denunciaram os resultados da reunião por considerarem que empresas sem a qualificação técnica requerida foram favorecidas em detrimento de companhias com melhores referências e maiores ofertas de bónus de assinatura.

Se tudo correr como previsto, dentro de poucas semanas deverão ser conhecidos os resultados das investigações.

Suahills Dendê PRAVDA.Ru SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

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