Non!!

Peut être, NON!

O que os cidadãos da França fizeram hoje e o que os cidadãos dos Países Baixos irão fazer esta semana, é exatamente aquilo que os outros cidadãos nos restantes países-membros da U.E. farão em cada referendo colocado à sua frente: votar marginalmente (neste caso nem tanto) a favor ou contra o que lhes é proposto. O voto SIM ou NÃO é geralmente poucos milímetros (ou no caso do Reino Unido poucas fracções de polegada) ao lado da marca 50-50.

Por quê?

Porque a União Europeia é um show de realidade virtual, é uma falsidade, um sonho quixotesco criado por gerações de eurocratas (outro nome por burocratas transnacionais), os que chegaram a um nível nas suas sociedades que não querem perder e que aproveitaram da globalização para formar um clube transnacional, um clique, onde a existência dos lugares para a rapaziada quer dizer que ninguém tem de perder nada, porque qualquer mudança de governo significa que ex-deputados ou ex-ministros podem sempre gravitar para os lugares do circo da U.E. (tal como a OTAN).

Mas que circo!

É talvez o organismo menos democrático no mundo, onde o único organismo que detém o poder, a Comissão, é o único organismo que não é eleito democraticamente e onde o único organismo que é eleito democraticamente, o parlamento da U.E. (para qual a taxa de votação raramente excede a marca dos 50%), não detém qualquer poder executivo, sendo meramente um órgão consultivo.

Eurocratas, OK?

Enquanto os burocráticos Eurocratas decidem tudo, está tudo bem? Nem por isso. A única vez que tivemos uma União Europeia de facto por qualquer período significativo de tempo, foi com os romanos mas mesmo eles, tal como o Charlemagne vários séculos mais tarde, descobriram depressa a razão por que os povos europeus gastaram centenas, senão milhares de anos a construírem e estabelecerem sociedades nas quais se sentiam confortáveis e seguros.

Cidadãos contra Eurocratas

Se qualquer professor tivesse uma taxa de sucesso de 50% dos seus alunos, seria um comentário péssimo sobre as suas capacidades (embora que em alguns países do sul da Europa, taxas de sucesso bem inferiores são recebidas com um encolher dos ombros e o comentário que os alunos são mal preparados, ou “burros”). Só que na U.E. a taxa de sucesso nos referendos é exatamente igual e pelas mesmas razões, primeiro porque ninguém explica as consequências em termos que os cidadãos podem entender e segundo porque esses cidadãos são primeiro, (franceses) e segundo, europeus.

Voto nacional contra voto europeu

Finalmente e de grande importância, será que os europeus, quando lhes pedem, votam a favor da Europa ou será que a U.E. serve de procuração para expressões numa escala apenas nacional? Hoje na França, será que o referendo não serviu dos partidos da esquerda darem uma facada no eixo Chirac/Raffarin, e Le Pen aproveitar da oportunidade para espalhar seu discurso simplista e primária?

NON?

Os Eurocratas ainda não convenceram ninguém. Querem andar longe demais e depressa demais e se fizerem um exame às suas almas, saberão muito bem que o que os europeus querem no fundo é uma Comunidade Económica Europeia, mais nada.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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