XVII Congresso do PCP

Neste Congresso, o PCP deixou uma mensagem bem clara ao eleitorado português: é um partido com coragem, com garra e sem vergonha e não irá vender seus princípios pelo rio abaixo.

Jerónimo de Sousa é candidato para substituir Carlos Carvalhas como Secretário-Geral do Partido Comunista Português, a decisão tendo de ser confirmado pela Comissão Central este final de semana.

Álvaro Cunhal, 91 anos, líder histórico e alma mater do PCP, disse, através dum comunicado lido no Congresso por Veríssima Rodrigues:

"É com sã alegria comunista e redobrada confiança no futuro do partido que transmito um vibrante: Viva o marxismo-leninismo! Viva o Partido Comunista Português!"

Álvaro Cunhal deu grande relevo aos jovens comunistas, referindo “as massas trabalhadoras, dos intelectuais, da juventude (em particular da JCP), das mulheres e de todas as outras forças progressistas".

1.300 membros do congresso aplaudiram de pé as declarações de Álvaro Cunhal. Carlos Carvalhas, o líder cessante, alertou contra desvios ao dogma seguidos pelo partido, atacando a ala renovadora, pela sua “capitulação ideológica” e atacou o Partido Socialista, criticando-o por não ter conseguido construir uma alternativa política na esquerda.

O Partido Comunista Português se revela de carácter forte, convencida que tem razão e que sempre a teve e finca o pé, elegendo a ala ortodoxa na liderança do partido. Não obcecado com a hipótese de ganhar o poder político, o PCP se mostra coerente, não vergado às pressões do dia, mas sim reiterando as suas teses, chaves para a resolução das questões mais relevantes na sociedade portuguesa.

O PCP não é o partido, e Jerónimo de Sousa não é o candidato, da “cassete”. É um partido interessado, activo, preparado, competente, pronto para assumir as suas responsabilidades mas nunca ao custo de vender seus valores.

Jerónimo de Sousa, que possivelmente irá ser eleito o líder do PCP este final de semana, nasceu em 13 de Abril de 1947 na aldeia de Pirescouxe, Loures. Começou a trabalhar aos 14 anos como afinador de máquinas, estudando a noite e juntando-se ao PCP em 29 de Abril de 1974, com 27 anos de idade, embora já tinha estado ligado ao Partido desde a década anterior. Entrou no Comité Central em 1979.

Eleito como líder do sindicato dos metalúrgicos de Lisboa em 1973, Jerónimo de Sousa se classifica como um líder operário, membro da classe que representa, mas tendo-se cultivado para representar outras estruturas sociais.

Por isso a sua passagem pela comissão executiva nacional, no conselho nacional e na comissão política, não surpreende.

Deputado da Assembleia da República no período entre 1976 e 1992, em que chegou a ser vice-presidente do grupo parlamentar, Jerónimo de Sousa fez um intervalo de dez anos para se dedicar a outros projectos no PCP, voltando à actividade parlamentar em 2002, sendo até agora membro da comissão parlamentar de Trabalho e Assuntos Sociais.

Em 1995, foi o candidato escolhido pelo PCP às eleições presidenciais.

Cristina GARCIA PRAVDA.Ru

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