Petroleiro afundado ameaça com catástrofe ecológica

A Espanha está a preparar-se para receber a confirmação da notícia de uma grande catástrofe ambiental, na sequência do afundamento do petroleiro “Prestige”, que se partiu e afundou ao largo da Galiza. O “Prestige” transportava 77.000 toneladas de fuel-oil viscoso, aproximadamente o dobro do combustível transportado pelo "Exxon Valdez", o petroleiro que em 1989 encalhou no Alasca e deu origem àquele que foi considerado o maior derramamento de petróleo de sempre.

Os ecologistas temem que o navio de 26 anos de idade e que agora se afundou a 3000 metros de profundidade e a 130 milhas da costa da Galiza, seja uma bomba-relógio ambiental, pois para além do derrame que já atingiu o litoral galego, ainda conserva cerca de 60000 toneladas de fuel-oil a bordo que se poderão libertar do navio afundado.

A enorme dependência da Galiza em termos de pescas e do turismo de Verão está a elevar as preocupações das autoridades e das populações, pois as suas reservas de peixe e de bivalves/mariscos estão ameaçadas.

Portugal também não está isento de riscos e as suas autoridades têm acompanhado com apreensão o desenvolvimento do caso, tendo já expressado ao Governo espanhol o seu desagrado pelo facto do "Prestige" ter sido rebocado durante alguns dias até um ponto em que o derrame de petróleo actual ou futuro, pode dirigir-se para a costa portuguesa sob o efeito das correntes marítimas predominantes na região.

Existem algumas dúvidas sobre o que poderia ter sido feito alternativamente para prevenir este acidente marítimo, já considerado como o segundo maior desastre ocorrido em águas europeias e que envolveu um antiquado petroleiro de casco único.

Alguns especialistas expressaram a esperança de que o fuel-oil tóxico existente nos tanques do petroleiro se solidifiquem devido às temperaturas muito baixas e às altas pressões do mar muito profundo, poupando assim as ricas zonas de pesca galegas.

Mais práticos, os ecologistas têm estado activos no salvamento de aves marinhas e juntamente com outros voluntários, têm removido e até aspirado a densa matéria negra que está a atingir o litoral galego.

As previsões do estado do tempo dizem que os ventos e marés devem levar o derrame gigante em direcção à costa da Galiza e que, pelo menos nas próximas 48 horas, a costa norte de Portugal não será atingida. O estado do mar, com ondas de 5 metros, está a impedir a frota de rebocadores e de navios de limpeza de se aproximarem do local do naufrágio para conter algum petróleo à superfície.

As autoridades portuguesas continuam a exprimir uma acentuada preocupação pela situação, enquanto em Espanha se estima que este desastre já tirou o trabalho a 4000 pescadores e deixou 28000 pessoas das indústrias associadas temporariamente sem trabalho.

Luis MACIEL PRAVDA.Ru LISBOA PORTUGAL

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