Péssima governação em Portugal

Com o seu povo a braços com uma recessão económica que nada fez para atenuar, antes pelo contrário, o Primeiro Ministro agora consegue dividir a classe política em torno à sua política externa.

Os índices falam por si. Um ano depois da tomada de posse do governo de José Manuel Durão Barroso, vêm os resultados, que não são muito lisonjeiros.

O indicador da confiança económica em Portugal decresceu 0.7% em janeiro, a maior queda da EU, situando-se a 96.5 pontos, de acordo com as estatísticas da Comissão Europeia.

O Estudo da Direcção-Geral para os Assuntos Económicos e Financeiros da Comissão Europeia mostra um Portugal no seu lugar habitual, no fundo da tabela da União Europeia com as habituais piores estatísticas de todos os membros, apesar dos muitos bilhões de Euro que já foram investidos no país.

Enquanto houver uma obsessão cega com a linha de fundo das contas, sem ter em conta as necessidades da população e a obrigatoriedade de seguir uma política social que beneficia as famílias e que estimula a confiança na economia, o clima económico e social em Portugal nunca irá melhorar.

Embora negativo no resto do mundo, o clima negativo em Portugal foi ainda exacerbado pela contínua atitude de alarmismo adoptado por este governo que, afinal, consegue ser ainda pior que o governo anterior, socialista, que tanto atacou.

Esta obsessão com a linha de fundo está a destruir o tecido social do país. Todos os dias um crescente número de firmas em todos os sectores fecha as portas, aumentando o número de desempregados, que aumenta em flecha. Portugal não tem estruturas para aguentar um elevado número de desemprego sem que o país muito rapidamente começa a mostrar sinais de colapso social.

Relativamente aos assuntos exteriores, o Primeiro Ministro José Barroso assinou uma carta dando o seu apoio à linha adoptada pelos EUA em torno ao Iraque, sem sequer consultar o seu Presidente nem o seu parlamento. O resultado é o que é lógico, nomeadamente uma divisão entre a classe política por não ter tido o devido respeito pelas instituições num assunto de tamanha importância.

A questão não é se o primeiro Ministro é arrogante ou não. A questão é como um homem que deu aulas em diplomacia consegue colocar o país, e o seu parlamento, tão completamente contra ele. A resposta é fácil: José Barroso não tem competência para desempenhar as suas funções.

O clima em Portugal é salva-se quem puder e quem consegue sair do país, sai. Com mais três anos com este governo, Portugal passará duma situação difícil a um descalabro total. Agora é hora para alarmismo, porque, nas palavras do Primeiro Ministro José Barroso, “O país não pode continuar assim”.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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