Maioria reafirma que o aborto é o tabu que une a direita e extrema-direita

As declarações prestadas hoje pelo primeiro-ministro, Santana Lopes, e pelo Ministro da Defesa, Paulo Portas, dizendo que durante esta legislatura qualquer alteração à lei da interrupção voluntária da gravidez está posta de lado são esclarecedoras do nervosismo que reina na maioria sobre esta matéria.

Depois do ministro Paulo Portas ter, por mais de uma vez, afirmado que este debate estava encerrado sentiu-se hoje na necessidade de esclarecer o que antes dizia já estar esclarecido. As afirmações de Santana Lopes são ainda mais extraordinárias, tendo em conta que ainda ontem o primeiro-ministro tinha admitido retomar o tema durante esta legislatura. Dizer que se aceita o debate desde que tudo fique na mesma é a suprema hipocrisia de quem defende a perseguição judicial das mulheres, situação única em toda a União Europeia.

Dizendo e desdizendo-se a cada declaração, a maioria torna mais uma vez claro que o que une os dois partidos da direita e extrema-direita é a perpetuação do tabu sobre um dos maiores problemas de saúde pública existentes no nosso pais.

Hoje, sabemos que a hipocrisia venceu a democracia e que a direita pretende continuar a humilhação que esta lei representa sobre as mulheres portuguesas.

Bloco de Esquerda

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