Militares tomam poder constitucional

A decisão de adiar as eleições legislativas pela quarta vez num ano fez com que o Exército perdesse a paciência. O antigo Presidente, Kumba Ialá está preso e General Veríssimo Correia Seabra está tomando decisões sobre a orientação política do país.

O exército declarou hoje que tomou a decisão de fazer este golpe de estado porque Kumba Ialá não conseguiu resolver os problemas do país. A decisão de adiar por mais uma vez as eleições, marcadas para dia 12 de Outubro, que terá sido o quinto adiamento, deste vez por “problemas técnicos” foi fatal para o ex-presidente.

O golpe de estado foi pacífico, embora tenha sido imposto um recolher obrigatório, das 07.00 às 19.00 e a maioria dos membros do governo estão no poder do exército.

Mário Pires, Primeiro Ministro do país, está a ser procurado pelos militares, por ter “agido contra a lei” em adiar as eleições, de acordo com a declaração oficial emitido pelo Exército.

O capítulo Kumba Ialá fechou definitivamente em Guiné-Bissau. Foi eleito presidente com um discurso que satisfazia a população rural em Fevereiro de 2000 mas nunca conseguiu efectuar as reformas que prometia, em parte porque a economia do país ficou devastado durante a guerra civil em 1998.

No entanto, a decisão de adiar mais uma vez as eleições foi um acto com pouca visão. Como declarámos na PRAVDA.Ru no dia 5 de Setembro, as eleições tinham de decorrer porque o povo guineense merecia.

Agora cabe ao exército fazer o que o presidente, ou seja, ex-presidente eleito não conseguia fazer: deixar o povo decidir sobre seu futuro.

Djibril MUSSA PRAVDA.Ru Guiné-Bissau

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