Soluço mortífero

Presidente Henrique Rosa descreveu os incidentes desta semana em Bissau como um “soluço” no caminho político de Guiné-Bissau, soluço que causou a morte dos generais Veríssimo Seabra e Domingos Barros.

“Acabou a revolta e não haverá mais actos de violência em Guiné-Bissau” declarou o Presidente na noite de quinta-feira, pedindo à comunidade internacional que não penalizasse o país pelo incidente e que os doadores internacionais se mantivessem focados nos projectos de construir o país.

Em questão, foi o não pagamento aos 600 militares que fizeram parte do contingente do CEDEAO em Libéria durante nove meses, de acordo com as declarações dos militares revoltosos na quinta-feira. No dia seguinte, os seus líderes fizeram um apelo para todos os soldados regressarem aos seus quartéis.

O não pagamento dos salários com certeza foi a reclamação principal, porém não deverá ter sido a única. Também fez parte, de acordo com as declarações de muitos militares guineenses à PRAVDA.Ru, a falta de condições nos quartéis, enquanto grassa a noção que a alta patente militar vive como reis.

Quem não conhece Guiné-Bissau não entende que o guineense é humilde, tem uma grande compaixão para com o próximo, gosta de ajudar o vizinho, mas também tem seu orgulho e não aceita ser pisado.

O governo (PAIGC) de Gomes Júnior tentou fazer capital político do incidente, reclamando que o partido da oposição PRS foi envolvido na revolta, mas Artur Sanha, líder do PRS, negou qualquer interesse ou envolvimento do seu partido no sucedido.

Hoje, Bissau está calmo e não há qualquer clima de tensão na cidade. Ainda não se sabe porém até que ponto vai haver uma investigação sobre quem matou os generais.

Guiné-Bissau não pode continuar assim mas também a comunidade internacional tem de garantir que a população deste país (1,3 milhões) tenha as condições para viver com dignidade.

Djibril MUSSA PRAVDA.Ru

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