Ministro da Agricultura continua tomando leite

O ministro brasileiro da Agricultura, Reinhold Stephanes promete uma alteração no sistema de fiscalização das empresas de laticínios sob controle do Serviço de Inspeção Federal (SIF), informa O Estado de São Paulo. A proposta apereceu uma semana depois que a Operação Ouro Branco da Polícia Federal (PF) desmantelou uma quadrilha que adicionava de forma irregular substâncias químicas ao leite.

 De acordo com o ministro, uma equipe formada por três fiscais federais agropecuários - dois médicos veterinários e um agente de inspeção sanitária - fará auditorias aleatórias nas empresas.
As vistorias serão mensais e definidas por sorteio. Até agora, a fiscalização é de responsabilidade de um agente que trabalha permanentemente nas empresas. Aos poucos, a figura do fiscal fixo será eliminada, explicou o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Nelmon Oliveira da Costa. Segundo ele, as auditorias serão feitas num primeiro momento em Minas, São Paulo, Goiás e Rio Grande do Sul.

A alteração agradou aos fiscais e à bancada ruralista da Câmara. O vice-presidente da Associação Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa), Wilson Roberto de Sá, disse que a mudança permitirá o aprimoramento da fiscalização. No sistema atual, contou, cada fiscal é responsável por oito empresas, o que torna inviável o controle efetivo nas 1.700 indústrias de lácteos do País. “Não é possível acompanhar o processo como se deveria”, afirmou. Do total de indústrias de laticínios, 200 são voltadas exclusivamente para a produção de leite UHT.

Em entrevista coletiva tumultuada, o ministro disse que as fraudes ocorridas em Minas não têm relação com o número de fiscais federais e chamou as pessoas que fraudaram o produto em Minas de “vigaristas”. Segundo números do ministério, há no País 1,3 mil fiscais federais agropecuários, dos quais 212 vistoriam estabelecimentos industriais de leite e derivados.

Na entrevista coletiva, Stephanes tentou tranqüilizar a população e disse que recomendava o consumo do produto. “Pode trazer que eu bebo”, afirmou ao ser questionado se continuava tomando leite. “O fato de duas dúzias de pessoas desonestas terem adulterado um produto criou a dúvida em relação à qualidade da produção brasileira, mas o leite continua sendo de ótima qualidade”, disse.

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