REPRESSÃO PETISTA

Em 2000, os alternativos receberam autorização dos órgãos competentes para atuarem com 740 microônibus. Em 2003, fruto de uma articulação dos empresários – que detém o monopólio irregular do transporte na cidade há mais de trinta anos - com o governo estadual do PSDB e a prefeitura municipal do PT (Prefeito Pedro Wilson) foram retirados do Centro de Goiânia. Mesmo após muitos enfrentamentos, impuseram a submissão da Cooperativa dos "perueiros" ao sistema integrado de transporte público na Região Metropolitana.

Como parte da luta pela sobrevivência financeira dos "perueiros" ´, na última quarta-feira, iniciou-se operação de volta ao Centro do Transporte Alternativo em uma linha. A tentativa foi duramente reprimida pela CMTC (Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo) em parceria com a PM. Em um dos momentos críticos, com tentativa de apreensão de um microônibus, cabos eleitorais do candidato a reeleição Pedro Wilson, provocaram e agrediram perueiros que revidaram com a queima de bandeirolas do PT. Mesmo com grande efetivo da PM, os alternativos conseguiram liberar o microônibus e foi resolvido o confronto sem maiores conseqüências.

No dia seguinte, quinta-feira (21/10), no final da tarde e sob forte chuva, nove viaturas da PM com cerca de quarenta homens fortemente armados apreenderam quatro microônibus. A tentativa de conversação e negociação dos companheiros do MTL e do PSOL, além de diretores do Sintrago (Sindicato do Transporte Alternativo de Goiás), foram recebidos com muita truculência, pancadaria e tiros, culminando com a detenção de 06 (seis) companheiros.

Ressalte-se que os policiais estavam sem identificação e reprimiram fotógrafo com chutes e dizendo tratar-se de operação secreta.

A truculência foi tamanha que um dos militantes foi jogado dentro do porta-malas de um carro Santana, e levado com os outros ao 7° BPM, onde receberam tapas no rosto , chutes e humilhações. Tudo isso, ilegalmente, pois deveriam ter sido levados diretamente à Delegacia de Polícia da Região.

Ao chegarem à 20ª DP, os advogados foram impedidos de entrarem e só lograram êxito após muita insistência por parte dos perueiros, do vereador Elias Vaz, e do companheiro Martiniano Cavalcante.

Os companheiros detidos forma liberados no meio da noite. No dia seguinte, o Sintrago entrou com duas representações junto ao MP-GO pedindo a punição dos agressores e pelo cumprimento do acordo que poderia permitir a volta do alternativo.

Como se já não bastasse, o programa eleitoral do PT utilizou-se deste conflito para distorcer o significado da luta, chegando a usar as imagens de rua e dos companheiros presos, chamando-nos de baderneiros e acusando-nos de favorecermos a candidatura do PMDB, quando é pública nossa posição de voto nulo e clara a intenção da Prefeitura do PT de destruir o Transporte Alternativo para favorecer os grandes empresários do transporte.

Luciana GENRO PSOL

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