BRASIL NO EIXO DO MAL

Alguns órgãos da imprensa dos EUA estão, definitivamente querendo colocar o Brasil em dificuldades, O jornal The Washington Post, por exemplo, já havia noticiado a recusa do Brasil em permitir a inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica nas fábricas de enriquecimento de urânio de Resende / RJ e agora, a revista SCIENCE, especula sobre a capacidade do Brasil de produzir armas nucleares. Desse modo, a atenção do presidente George W. Bush, que está atualmente focada no programa nuclear iraniano e norte-coreano, acabará por voltar-se também, para o Brasil. Ao menos estes dois órgãos de imprensa estão, aparentemente, trabalhando para o presidente Bush, pois ao colocar um novo país como uma virtual ameaça aos EUA, estão contribuindo para a histeria anti-terror que é a base de sua campanha para reeleição.

Caso o Brasil fosse um dos alvos de Bush como é o Irã, certamente ele já estaria usando a recusa em permitir inspeção detalhada nas centrífugas com vistas à proteção da tecnologia, como um motivo para iniciar uma conspiração. Ocorre que o Brasil não é um alvo, pelo menos por enquanto, de Bush, embora ele deseje a internacionalização da Amazônia. Os pobres iranianos, contudo, mesmo que comprovem que seu programa nuclear visa apenas o fornecimento de energia, será a causa da invasão de seu país pelas tropas dos EUA em um futuro próximo, caso Bush se reeleja, obviamente.

O programa nuclear brasileiro poderia, talvez, produzir bombas atômicas, se Lula fosse o presidente e ainda estivéssemos nos velhos e bons tempos da guerra fria, pois Lula tem raízes comunistas e como todo bom comunista, era também, anti-Estados Unidos. Este sentimento talvez, ainda persista pois Lula já declarou seu apoio ao presidente venezuelano Hugo Chavez, um inimigo declarado de Bush, além disso visitou a Cuba de Fidel, ano passado e fez acordos comerciais com a Síria que é um dos integrantes do Eixo do Mal. Além disso, há a parceria comercial com a China que, embora na seja mais tão vermelha, ainda é ameaçadora aos planos de dominação global de Bush. Lula até mesmo declarou certa vez que desejava que o povo brasileiro se demonstrasse tão obstinado como os norte-vietnamitas em sua resistência contra os poderosos norte-americanos.

De qualquer forma, não há necessidade de a imprensa dos EUA se alarmar com o programa nuclear brasileiro. Somos um povo pacífico e estamos preocupados apenas com carnaval e futebol. No Brasil não há nem mesmo a necessidade de se manter forças armadas pois não há ameaça verdadeira contra nosso território. Todavia, há necessidade, assim como em muitos países em desenvolvimento, de aumentar a capacidade de produção de energia e, enquanto não se oficializar fontes alternativas de energia que não são nocivas ao meio-ambiente, que já existem, mas a conveniência do mercado financeiro mundial não permite sua adoção, ainda necessitaremos de usinas nucleares.

Obviamente, a tecnologia destas usinas melhorou significativamente, inclusive com relação à segurança. A usina nuclear de Angra I, por exemplo, além de ter sido um sorvedouro de recursos públicos, pouco contribuiu para a melhora do fornecimento de energia para a região que assiste. Estava constantemente, em reparos e mais significativo ainda, apresentava regulares vazamentos de combustível nuclear.

Caso seja procedente a afirmação da revista SCIENCE e o Brasil possa mesmo produzir armas nucleares, rezemos para que ao menos Bush não se sinta ameaçado e não queira incluir o pobre Brasil, no Eixo do |Ma.l.

Jose Schettini Petrópolis BRASIL

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