Farsa e desenvolvimento

'Lula está no caminho certo', sentenciaram. Apagando várias de suas idéias sobre a dívida e os caminhos do desenvolvimento, ressaltaram em boletim divulgado hoje por e-mail que uma política alternativa poderia ter resultado em uma ruptura semelhante à de 1964, quando João Goulart foi deposto pelo regime militar.

Para isso retoma Furtado em uma de suas últimas entrevistas, concedida à revista Desafios do Desenvolvimento, publicação do próprio PNUD e do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão do governo.

Depois de citar rapidamente o economista e seu suposto 'ceticismo sobre a possibilidade de isso [uma política que privilegie o desenvolvimento] ser aplicado no Brasil atualmente', o PNUD fechou a nota da seguinte maneira: “Não sei se existe lugar para algo semelhante no Brasil atual. Seria necessário que os empresários apoiassem as políticas públicas que resultassem em novas formas de governar. Isto é o mais difícil”. Ou seja, o velho discurso do pensamento único, supostamente apoiado até pelo economista mais lido da América Latina.

O leitor se pergunta: qual era o título e a chamada desta entrevista? Era um apoio a Palocci, como diz o PNUD e o governo, por meio do IPEA? Assinada por Ottoni Fernandes Jr., diz o seguinte: “Não se faz política sem ideologia — O Brasil precisa desenvolver políticas próprias para a globalização, sob pena de continuar a ser o campeão mundial da concentração de renda”. Patético.

Hipocrisia

Os hipócritas do jornal O GLOBO classificam Celso Furtado de "o mais importante economista do Brasil", em reportagem neste domingo (21/11). Enquanto isso, fazem propaganda diária contra as idéias do pensador, ajudando a afundar de vez qualquer alternativa econômica para o país e sacramentando o discurso único.

É exatamente como age uma imprensa burguesa: elogia os grandes homens deste país, mas não diz o porquê. Seria arriscado demais falar a verdade: o povo poderia querer pôr em prática.

www.consciencia.net/barreto.html

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