HAVEMOS ARMA

Entretanto, não é de se admirar tal mudança, pois a favor do “Não”, estava o poderoso lobby do comércio de armas que investiu pesado em marketing. A favor do “Sim”, no entanto, estavam apenas alguns artistas de televisão e da música que, pelo visto, não conseguiram influenciar o eleitorado, talvez, porque eram não muito populares, no momento, como Fernanda Montenegro e Chico Buarque. Talvez se a campanha utilizasse artistas da novela “América” ou do Big Brother, conseguisse resultados melhores.

A favor do “Sim”, também estavam alguns parlamentares que talvez não estivessem tão empenhados 1quanto deveriam, para que a proibição fosse aprovada, pois, dessa forma, os seguranças de sua guarda pessoal, não poderiam ir livremente até a loja da esquina para comprar armas e munição.

Muitos eleitores do “Não”, votaram assim, numa forma de protesto, na esperança de que houvesse um debate sobre a segurança Pública em todos os setores da sociedade e do governo. Pobres diabos!!!

Em menos de uma semana tudo será esquecido e o povo voltará a ver sua novela e seu Big Brother; os parlamentares voltarão ao seu espetáculo circense e mais importante: os bandidos voltarão a cometer seus crimes, agora cientes de que haverá armas nacionais, à disposição, para supri-los, ao menos os que dispõem de poucos recursos financeiros o que não é o caso do tráfico de drogas que pode dispor de armas importadas.

Entre estes criminosos estão também, alguns membros de torcidas de futebol que, agora, agendam conflitos pela Internet ou partidários de uma causa que podem utilizar a arma para defendê-la, como ocorreu numa triste coincidência em que um partidário do “Não” matou um partidário do “Sim”, numa discussão regada a álcool.

Também há a esperança de que, agora, haja um controle rígido na aquisição de armas de acordo com o Estatuto do Desarmamento. Como exemplo, as armas deverão apenas, serem comercializadas sob autorização expressa da Polícia Federal, mediante testes de aptidão e psicológicos assim como também é proibida a venda de bebida alcoólica a menores.

De certo modo, foi positivo para o governo do país de todos que o comércio não tenha sido proibido, pois agora, caso haja um acréscimo nos índices de violência, o que, invariavelmente, ocorrerá, em face da não tomada de medidas efetivas, o governo poderá culpar o próprio povo por não ter aprovado a proibição, especialmente porque o presidente Lula de Todos, votou pelo“Sim”.

O “Não” venceu. As armas continuarão a serem vendidas com restrição, apenas por alguns meses, mas depois de algum tempo, livremente e até é possível que aumente este tipo de comércio no Brasil e a Inês é morta, com um tiro de Taurus 38.

José Schettini Petrópolis BRASIL

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