Rodovia Interoceânica vai incrementar exportações sul-americanas

As obras da rodovia Interoceânica, iniciadas este mês, irão permitir a ligação dos oceanos Atlântico (via Brasil) ao Pacífico (via Peru e Bolívia). Um dos principais empreendimentos para a integração da infra-estrutura sul-americana, a rodovia vai facilitar o escoamento da produção do Brasil, Peru e Bolívia e reduzir os custos de transporte de mercadorias, algumas provenientes de regiões de difícil acesso. Ao incrementar principalmente as exportações de países da América do Sul, a rodovia permitirá maior crescimento econômico dessas nações com a geração de renda e de novos postos de trabalho.

Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a rodovia é estratégica para o Brasil e América do Sul. "Ou fazemos a integração ou podemos passar mais um século sendo países com boas perspectivas, mas países pobres", diz Lula.

A estrada terá 1.009 km entre a cidade de Iñapari no Peru (cidade fronteiriça com o Brasil pelo estado do Acre) e os portos marítimos de Ilo, Matarani e San Juan no mesmo país. Quando concluída, a Interocêanica terá extensão total de 2.600 km, sendo os demais 1.591 km já finalizados no território brasileiro nos estados do Acre, Rondônia e Mato Grosso.

A obra está sob a responsabilidade de dois consórcios que incluem empresas brasileiras e peruanas. Vai custar US$ 810 milhões, provenientes de investimentos externos via Cooperación Andina de Fomento (CAF) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A obra vai empregar 70 mil pessoas em quatro anos, tempo previsto para sua conclusão.

Benefícios

A rodovia Interoceânica vai suprir um problema de logística na América Latina que vem limitando as trocas comerciais e de serviços. Vai trazer benefícios diretos e imediatos para a região sul peruana, para o norte e centro-oeste brasileiros e para o oeste da Bolívia. A obra irá permitir ainda a integração da América do Sul com os mercados da América Central, México, da costa Oeste dos Estados Unidos, China, Sudoeste Asiático e Oceania.

O empreendimento vai agregar competitividade às exportações brasileiras especialmente para os países asiáticos com litoral no oceano Pacífico. Carne e derivados, madeira e grãos são os principais produtos nacionais que terão suas vendas externas incrementadas a partir da finalização da Interoceânica. Haverá ainda maior facilidade para a exportação de mercadorias fabricadas na Zona Franca de Manaus.

Já o Peru prevê aumentar suas trocas comerciais com os estados brasileiros de Rondônia, Acre, Amazonas, Acre e Mato Grosso. Peixes e fertilizantes serão os principais objetos das vendas externas com o Brasil após a conclusão da rodovia, mas o país pretende também exportar madeira, aspargo, verduras, frutas, pimentão, batata, cereais e leite. Conforme o presidente do Peru, Alejandro Toledo, a rodovia vai propiciar o aumento de 1,5% no Produto Interno Bruto do país, quando estiver em pleno funcionamento.

A rodovia vai estimular também novos projetos nas áreas agrícolas, de pecuária, de manejo de florestas nas regiões Norte e Centro-Oeste do país, uma vez que haverá nova alternativa para o escoamento desses produtos.

Além disso, ao promover a circulação de pessoas e mercadorias de regiões de difícil acesso, a estrada irá favorecer a criação de uma área de controle de fronteira e vai estimular o turismo local.

A rodovia é um dos mais importantes projetos entre os 31 selecionados pelo programa IIIRSA - Iniciativa de Integração da Infra-estrutura da América do Sul cujos eixos de integração foram definidos na Cúpula de Cuzco em dezembro de 2004.

Subsecretaria de Comunicação Institucional da Secretaria-Geral da Presidência da República

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