Platéia a favor é muito bom

Mesmo fustigado por uma tosse que o persegue há anos, Lula conseguiu levar o discurso até o fim, e para uma platéia simpática e, logicamente, domesticamente favorável, desenhou um Brasil maravilhoso. Brasil, pelo que o discurso presidencial relata, melhor do que era antes, curado de todas as feridas, robusto e revigorado, graças a sua atuação e sua política. Um discurso pra turma da casa, quase uma realidade virtual.

Platéia a favor - 2

A pregação do Governo, aplaudida pela turma da casa, não tem na mídia de hoje um abrigo tão benevolente como o cenário favorável tenta passar. A oposição, fiscalizadora, responsável e atenta, de pronto mostra números que não batem com aqueles apresentados pelo Governo. Registra o aumento do desemprego ignorado no discurso, aponta os obstáculos que o PT criou no passado para inviabilizar as reformas e chama a atenção para o fracasso do Governo na política social. O arrocho fiscal, que vai punir a população nos próximos meses e o crescimento zero, que em nada mudou o Brasil, também estão sendo lembrados hoje, sem, é claro, os aplausos da turma da casa.

Platéia a favor - 3

Duas coisas, porém, avançaram e muito no Governo do PT. Após um ano de vida, o marketing esbanja competência, e as incoerências do quadro administrativo petista merecem elogios. Hoje, com rara habilidade, o mesmo Lula que, em campanha prometeu dez milhões de empregos, consegue convencer setores da comunidade que as dificuldades são muitas, e o País deve se contentar com o que foi possível fazer .

Emprego fica pra depois.

O Brasil de dentro, o Brasil de fora

Fora do cenário iluminado, onde o Governo discursa maravilhas de um País sem problemas, a realidade que se vê é outra. Conforme registra a jornalista, Eliane Cantanhede, em sua coluna de hoje no jornal Folha de São Paulo, a política econômica é continuista, a área social parou, os acordos políticos continuam e não há nada de novo. Comenta ela, que dentro do Palácio, com o aprovo de bajuladores, a política econômica salvou o Brasil do abismo e até as negociações com o Congresso foram abrilhantadas com a participação do governo.

O marketing está presente em todas as ações do Governo e, com isso, o pano que encobre os buracos de uma administração que ainda carece de muitas correções, ganha papel de destaque.

Lula critica a crise que criou

O editorial do jornal O Estado de São Paulo de hoje, dia 19, com o titulo " Lula venceu a crise que criou" deve ser lido , com carinho, pela assessoria do Planalto. A mesma que contribue com água gelada para aumentar a tosse do Presidente . Segundo o Editorial, o Presidente, no discurso que fez pelo seu primeiro ano de Governo, disse a verdade, mas não toda a verdade. Ao culpar o Governo Fernando Henrique Cardoso pela crise vivida pelo Brasil ,após as eleições de 2002 , Lula se esqueceu de dizer que se houve crise ela foi gerada justamente pela perigosa perpectiva que se fazia de uma possivel eleição dele, Lula, a presidencia. O medo, ou pavor, na época era justamente esse. Sua possivel vitória alarmou os investidores e despertou a gana dos especuladores. O clima que se criou durante meses contribiu para aumentar as dificuldades do Governo, daí o caminho para uma crise foi aberto.

O texto do Estadão é mais um documento na midia de hoje a contribuir para retratar, de fato, o que acontece com a realidade brasileira. O marketing do governo pode ser competente, mas ainda não consegue abafar a opinião de quem de fato conhece a politica economica e social do Pais.

PSDB

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