Máfia de jogos ilegais chegou até o Congresso Nacional

O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse nesta quinta (19) que não se surpreenderia se as investigações deflagradas pela operação Furacão chegassem até membros do Congresso Nacional, possíveis suspeitos de também participar do esquema da máfia de jogos ilegais.

 “Não tenho essa informação ainda, mas não me surpreenderia porque isso (investigação de parlamentares) já ocorreu em outras oportunidades”, afirmou Tarso. “Aliás, procuro não ter informações dos inquéritos que tenham qualquer tipo de conotação política”, acrescentou.

 A informação foi divulgada pela rede Globo que revelou na noite de quinta pelo Jornal Nacional, uma parte do conteúdo de gravações telefônicas examinadas pela PF. Os materiais   demonstram que a organização criminosa tentava conseguir, na Câmara e no Senado, aprovação de um projeto que autorizaria os estados a explorar loterias.

O projeto chegou a ser aprovado pelos senadores em 8 de fevereiro, mas ainda precisava passar pela Câmara. Três dias antes da aprovação, o presidente da escola de samba Beija Flor, Aniz Abraão, o Anísio, pediu a um funcionário os telefones do deputado Simão Sessim (PP-RJ) e de um senador. Os números fornecidos pelo funcionário foram checados pela PF e são do senador Francisco Dornelles (PP-RJ). A assessoria do senador disse que ele não participou da votação do projeto.

O deputado Simão Sessim, que é primo de Anísio, negou envolvimento com a organização criminosa. A investigação da PFidentificou ainda o que seria uma rede de pagamento de propinas a servidores públicos. O esquema incluiria proteção policial e judicial a quem cooperasse com as ações criminosas, que buscavam vantagens e a compra de sentenças judiciais para explorar máquinas caça-níqueis, entre outros jogos.

O esquema seria operado por um policial civil do Rio: Marcos Bretas. Ele, porém, obedeceria ordens de Júlio César Guimarães Sobreira e José Renato Granado Ferreira - secretário-geral e ex-presidente da Associação dos Administradores de Bingos do Rio (Aberj), respectivamente.

A rede sofreria ainda influência do presidente da honra da escola de samba Beija-Flor, Aniz Abrahão David, o Anísio, e do presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio (Liesa), Aílton Guimarães Jorge, o capitão Guimarães. Fariam parte do esquema também o bicheiro Antonio Petrus Kalil, o Turcão.

Todos os envolvidos estão presos na da Polícia Federal de Brasília. Desde a última sexta. Estão detidos também juízes, desembargadores, um procurador da República e advogados que facilitariam a operação do grupo.

Júlio Guimarães é apontado como o tesoureiro da máfia desarticulada pela Operação Furacão, há uma semana. Uma de suas residências, na Tijuca, funcionava como uma fortaleza do jogo do bicho. Lá, ele escondia, atrás de parede falsa, R$ 10 milhões em notas. Em sua casa na Região Serrana, onde é também proprietário de vários bingos, Júlio Guimarães guardava R$ 600 mil dentro de um cofre.

 Fonte :Agências

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