PT pede fim de sigilo judicial no caso Celso Daniel

O anúncio foi feito no início da tarde desta quarta-feira, pelo presidente do partido, José Genoino. "Não faz mais sentido o caso seguir em segredo. O PT quer acompanhar e ver resolvido o caso, que foi reaberto pelo Ministério Público", afirmou.

Genoino anunciou ainda que, nesta nova etapa de investigação, é o ex-procurador-geral da República Aristides Junqueira que acompanhará o processo pelo partido. Junqueira substituirá o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), que acompanhou as investigações da Polícia de São Paulo, que concluiu que o crime foi comum.

O deputado Greenhalgh, que preside a Comissão de Constituição e Justiça, afastou-se do caso, por não concordar com as novas investigações. "Eu me senti impossibilitado pois fiquei seis meses na investigação, ao lado da polícia e do Ministério Público. Foram 176 horas de depoimentos. Avalizei os resultados. Não houve mandante, não houve crime político ou administrativo. Estou convencido de que foi um crime comum. Tenho um nome a zelar e não teria sentido acompanhar investigações que considero concluídas", afirmou.

Aristides Junqueira, que foi assistente de Greenhalgh na primeira investigação, disse que vai verificar os instrumentos jurídicos para pedir o fim do segredo de justiça do caso. Ele afirmou ainda que o PT não deixará que façam exploração político-partidária das novas investigações, que estão a cargo do Ministério Público.

CPI de Santo André

Sobre a proposta do PSDB de abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado para investigar a morte de Celso Daniel, Genoino disse que "não dá para ser levada a sério". Ele destacou que as investigações que concluíram por crime comum foram realizadas pela polícia de um estado governado pelo PSDB. "A oposição está fazendo barulho. Não há o que temer", disse. Genoino acrescentou que o partido não assinará o pedido de CPI. "Não é tarefa do PT assinar a CPI. A nossa tarefa é acompanhar as investigações".

Expulsão

Questionado sobre a decisão do Diretório Nacional que expulsou três deputados e uma senadora no último domingo, Genoino garantiu que esta é uma página virada no PT. "Temos de olhar é para frente e ajudar o governo a realizar as mudanças, a colocar o país nos trilhos do desenvolvimento, da geração de emprego e renda". Segundo Genoino a tarefa do PT agora é ampliar as reformas, aperfeiçoar a legislação e "ganhar as eleições municipais de 2004".

PFL

Genoino respondeu com bom-humor às perguntas sobre o balanço negativo do governo Lula feito pelo PFL. "Entendo as críticas do PFL, para eles é difícil aceitar o acerto da política econômica do governo Lula, uma vez que eles deixaram uma inflação de 40% e hoje conseguimos reduzir o índice para 6%; o risco país deixado pelo PSDB/PFL caiu de 2.400 pontos para 500 pontos e estamos prontos para crescer", enfatizou.

Segundo o presidente do PT, não é fácil para o PFL ver o governo Lula aprovar as reformas que o governo anterior não conseguiu fazer, "quando tinha maioria para aprovar o que bem quisesse no Congresso, como a reeleição do presidente da República". Genoino desejou vida longa para o PFL na oposição. "Enquanto isso, ficaremos no governo", brincou.

Partido dos Trabalhadores

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