Emprego na indústria em alta

Em 2005, o emprego industrial acumulou crescimento de 1,1%, taxa inferior à observada em 2004 (1,9%). No mês de dezembro, houve variação negativa de 0,2% em relação a novembro, na série livre das influências sazonais, sendo este o terceiro resultado negativo consecutivo neste tipo de comparação. No confronto com dezembro de 2004, o resultado também foi negativo (-0,8%). O número de pessoas ocupadas mostrou queda de 0,7% no quarto trimestre, em relação a igual período de 2004 e foi 0,4% menor do que o trimestre imediatamente anterior (série ajustada sazonalmente).

Com a variação de -0,2% entre novembro e dezembro, a trajetória do emprego permaneceu descendente segundo o indicador de média móvel trimestral, sendo observado um recuo de 0,3% entre os trimestres encerrados em novembro e dezembro.

O emprego industrial fechou o ano de 2005 com crescimento de 1,1%, em relação ao ano de 2004. Neste confronto, 10 locais e 10 setores ampliaram o contingente de trabalhadores. Em nível nacional, as principais contribuições positivas vieram de alimentos e bebidas (7,1%), meios de transporte (9,0%) e produtos de metal (4,6%). Já calçados e artigos de couro (-11,7%), madeira (-9,0%) e vestuário (-3,6%) representaram os principais impactos negativos entre os oito segmentos onde se observou redução do número de pessoas ocupadas na indústria.

Regionalmente, nessa comparação, São Paulo (2,3%), Minas Gerais (3,9%) e região Norte e Centro-Oeste (3,9%) exerceram as principais pressões positivas. Na indústria paulista, os setores de alimentos e bebidas (11,8%) e meios de transporte (9,7%) sobressaíram como as principais contribuições entre os 10 segmentos que aumentaram o número de pessoas ocupadas. No parque industrial mineiro, 11 ramos apresentaram resultados positivos, com destaque para produtos de metal (23,5%) e alimentos e bebidas (6,9%). Por fim, na região Norte e Centro-Oeste, entre os 10 setores que aumentaram o número de pessoas ocupadas, os principais impactos positivos vieram de alimentos e bebidas (11,9%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (11,2%).Por outro lado, Rio Grande do Sul (-6,3%) figurou como a principal influência negativa, com 10 segmentos mostrando redução no emprego, principalmente em calçados e artigos de couro (-19,9%).

Na comparação dezembro 05/ dezembro 04, o nível de pessoal ocupado assalariado apresentou o quarto decréscimo consecutivo. Em todo o País, entre os dez segmentos que apresentaram índices negativos, calçados e artigos de couro (-12,8%), madeira (-16,0%) e borracha e plástico (-5,9%) foram as principais influências sobre a taxa global de -0,8%. Por outro lado, contratações superaram as demissões em oito ramos, com alimentos e bebidas (7,6%), meios de transporte (4,4%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (3,1%) exercendo as principais influências positivas.

Regionalmente, ainda neste tipo de comparação, Rio Grande do Sul ficou com a menor taxa (-8,2%) e exerceu a contribuição mais significativa, entre os oito locais em que as demissões superaram as admissões. Em seguida, destacaram-se Paraná (-2,9%) e região Nordeste (-1,8%). Na indústria gaúcha, 13 setores mostraram taxas negativas, sobressaindo, em termos de participação, calçados e artigos de couro (-21,5%). No Paraná, os ramos em queda também foram13, com destaque para madeira (-22,9%); na indústria nordestina, o resultado de maior impacto entre os 11 segmentos em queda veio de alimentos e bebidas (-3,6%). Ainda no mesmo confronto, região Norte e Centro-Oeste (3,4%), Minas Gerais (2,3%) e São Paulo (0,5%) representaram os principais impactos positivos, com destaque para a atividade alimentos e bebidas nos três locais.

Na análise trimestral, observou-se que enquanto em 2004 o emprego apresentou trajetória crescente, em 2005 houve desaceleração: 2,6% no primeiro trimestre, 2,0% no segundo, 0,4% no terceiro e resultado negativo no último trimestre (-0,7%). A perda de dinamismo observada na passagem do terceiro para o quarto trimestre atingiu 10 dos 14 locais e 13 das 18 atividades pesquisadas, com destaque para alimentos e bebidas (de 8,0% para 6,5%), produtos de metal (de 8,4% para 4,0%) e máquinas e equipamentos (de -1,0% para -3,6%).

Número de horas pagas cresce 0,8% em 2005

O indicador acumulado de janeiro a dezembro de 2005 de número de horas pagas aos trabalhadores da indústria apresentou crescimento de 0,8%. Na comparação com dezembro de 2004, o número de horas pagas recuou 0,6% e o quarto trimestre exibiu decréscimo de 0,5%. No mês de dezembro, houve variação negativa de 0,3% em relação a novembro, na série livre de influências sazonais. No entanto, este resultado não foi suficiente para modificar a trajetória da média móvel trimestral que se manteve estável, apresentando variação positiva de 0,1% nos trimestres encerrados entre dezembro e novembro.

No fechamento do ano de 2005 o crescimento de 0,8%, em relação a 2004, contou com o desempenho positivo de oito das 14 regiões e nove dos 18 setores industriais pesquisados. Os locais que apresentaram os maiores aumentos foram São Paulo (2,2%), Minas Gerais (4,7%) e região Norte e Centro-Oeste (3,2%). A maior pressão negativa veio do Rio Grande do Sul (-7,0%). Em termos setoriais, os impactos positivos mais relevantes vieram de alimentos e bebidas (7,1%), meios de transporte (8,8%) e produtos de metal (5,4%). Em sentido contrário, as indústrias de vestuário (-3,1%) e madeira (-9,6%) foram as principais contribuições negativas no cômputo geral.

Segundo o indicador mensal, o recuo de 0,6% decorreu principalmente da retração de 11 das 18 atividades e nove das 14 áreas pesquisadas. No corte setorial, madeira (-15,6%), calçados e artigos de couro (-4,5%) e borracha e plástico (-6,2%) exerceram as maiores pressões negativas. Por outro lado, alimentos e bebidas (5,6%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (7,2%) foram as principais contribuições positivas no cômputo geral.

Ainda na comparação dezembro 05/ dezembro 04, os locais responsáveis pelos maiores impactos negativos no resultado nacional foram os três estados da região Sul: Rio Grande do Sul (-6,9%), Paraná (-4,3%) e Santa Catarina (-3,2%). Na indústria gaúcha, 14 dos 18 ramos pesquisados reduziram as horas pagas, com destaque para calçados e artigos de couro (-13,1%), outros produtos da indústria de transformação (-15,3%) e máquinas e equipamentos (-7,9%). Na indústria paranaense, 13 ramos apresentaram desempenho negativo, principalmente madeira (-24,3%) e vestuário (-9,9%). Em Santa Catarina, a contribuição mais significativa entre as 10 atividades que recuaram veio da madeira (-11,9%). Por outro lado, os estados de São Paulo (1,2%) e Minas Gerais (3,3%) foram as maiores pressões positivas no cômputo geral. Na indústria paulista, 10 dos 18 ramos pesquisados aumentaram o número de horas pagas, com a indústria de alimentos e bebidas (7,4%) sendo o principal destaque. Também na indústria mineira coube ao segmento de alimentos e bebidas (17,4%) o principal impacto.

Ao contrário do que ocorreu no ano de 2004, o indicador trimestral apresentou trajetória descendente durante todo o ano de 2005. Na passagem do terceiro para o quarto trimestre, o número de horas pagas passou de 0,2% para -0,5%, com 12 dos 18 segmentos pesquisados apresentando retração. Dentre esses, os mais expressivos foram alimentos e bebidas, que desacelerou o ritmo de crescimento de 7,9% para 6,0%; produtos de metal, que passou de um aumento de 7,9% para 2,3%; e meios de transporte (de 8,0% para 5,0%).

Valor da folha de pagamento acumula no ano crescimento de 3,4%

O valor real da folha de pagamento acumulou, em 2005, crescimento de 3,4%. Em relação a dezembro de 2004, houve aumento de 0,7%. No quarto trimestre de 2005, em relação ao mesmo período do ano anterior, houve crescimento de 1,8%, o que indica desaceleração no ritmo de expansão da massa salarial dos trabalhadores da indústria, já que no terceiro trimestre, o crescimento havia sido de 3,9%. Em relação a novembro, na série livre de influências sazonais, houve variação negativa de 1,2%. Esta foi a quarta queda consecutiva neste tipo de comparação, o que contribuiu para uma perda acumulada de 4,8% no período dezembro 05/ setembro 05. Com este resultado, o indicador de média móvel trimestral também apresentou retração (-1,1%) entre os trimestres encerrados em novembro e dezembro.

No indicador acumulado no ano, o crescimento de 3,4% no valor da folha de pagamento refletiu os resultados positivos de 13 das 18 atividades pesquisadas. Os principais destaques, em termos de contribuição para a formação da taxa global, foram alimentos e bebidas (9,9%) e meios de transporte (7,0%). Já as maiores pressões negativas vieram dos ramos papel e gráfica (-4,7%) e calçados e artigos de couro (-9,1%).

Regionalmente, ainda em relação ao acumulado no ano, houve expansão na massa salarial em 11 dos 14 locais investigados, com destaque para São Paulo (3,2%) e Minas Gerais (9,3%). As atividades que mais contribuíram para esse resultado foram, respectivamente: alimentos e bebidas (16,7%) e meios de transporte (6,8%); produtos de metal (43,3%) e metalurgia básica (11,2%). Por outro lado, Rio Grande do Sul (-1,4%) exerceu o principal impacto negativo, devido, sobretudo, à queda observada em calçados e artigos de couro (-16,3%).

Segundo o indicador mensal (0,7%), houve resultados positivos em oito dos 14 locais pesquisados. A principal contribuição para a formação dessa taxa veio de São Paulo (2,1%) devido, em grande parte, às atividades produtos químicos (15,8%) e meios de transporte (4,9%). Vale citar, também, em menor medida, Rio de Janeiro (6,0%), conseqüência, sobretudo, da expansão nos setores alimentos e bebidas (31,8%) e máquinas e equipamentos (36,1%). Entre os locais que assinalaram queda, destacaram-se Paraná (-7,1%) e Rio Grande do Sul (-4,6%), em virtude da redução, principalmente, nos ramos madeira (-21,1%) e calçados e artigos de couro (-18,7%), respectivamente.

Em termos setoriais, em nível nacional, o aumento do indicador mensal pode ser explicado, sobretudo, pelo crescimento observado em 10 das 18 atividades investigadas. As maiores influências positivas vieram de produtos químicos (10,8%) e alimentos e bebidas (4,6%). Por outro lado, as pressões negativas mais significativas foram observadas em máquinas e equipamentos (-5,0%) e calçados e artigos de couro (-12,0%).

Na análise trimestral, a redução no ritmo de crescimento da massa salarial entre o terceiro (3,9%) e o quarto trimestres (1,8%) de 2005 também foi observada em 10 dos 18 setores pesquisados e em 10 dos 14 locais. Os resultados assinalados no terceiro e quarto trimestres inverteram a trajetória observada no primeiro (4,0%) e segundo trimestres (4,4%) de 2005.

Arquivos oficiais do governo brasileiro estão disponíveis aos leitores. Basta me solicitar. Ricardo Bergamini [email protected] www.rberga.kit.net

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