Terremoto em Minas :Prefeito já tem área para retirar moradores de Caraíbas

Relatórios feitos pelos especialistas do Observatório de Sismologia da Universidade de Brasília( UnB) mostram que em Minas existem três principais pontos onde abalos sísmicos já foram sentidos: o Alto Paranaíba, Norte e Sul do Estado. Mas, isso não descarta a probabilidade de que haja uma falha geológica em qualquer outra área. Depois do registro de um tremor de 4,9 graus na escala Richter por volta da 0h05 de domingo no distrito de Caraíbas, outros quatro terremotos de menor intensidade foram sentidos nos vilarejos da zona rural de Itacarambi, no Norte de Minas, segundo O Tempo.

 A expectativa é que os sismos não parem, mesmo sem a evidência de um abalo como o de domingo. "É normal que após um terremoto de magnitude moderada outros ocorram como reflexo. Em alguns casos eles ocorrem durante meses, até anos, e é possível que aconteçam normalmente alguns pequenos sismos. Mas a sismologia mostra que outro terremoto de 3,7 a 3,9 graus pode ocorrer ainda, ou seja, as casas que foram afetadas poderão novamente sofrer com esses abalos", confirmou o chefe do Observatório Sismológico da UnB, Lucas Vieira Barros.

 Na manhã de ontem, os especialistas do UnB se reuniram com representantes da Defesa Civil Estadual, Prefeitura de Itacarambi e Defesa Civil Nacional, que chegou recentemente em Itacarambi. Após o encontro, o prefeito da cidade, José Ferreira de Paula (DEM), confirmou que já tem uma área propícia para construir casas para os moradores retirados de Caraíbas.

Segundo ele, o lugar fica em uma fazenda a 10 km da cidade, na estrada que leva até Januária, e a mais de 40 km de onde os tremores ocorreram. O espaço tem 620 ha e pertence a 12 moradores da cidade, entre eles o próprio prefeito, que afirmou ter apenas 12 ha do terreno em nome de sua filha.

A área, conforme José Ferreira, seria dividida para as 76 famílias, o que daria um espaço de pouco mais de 8 ha para cada uma. "Os donos pedem R$ 2 milhões pela fazenda, mas ela vale R$ 1,5 milhão. Acho que seria o melhor lugar para fazer uma outra comunidade rural porque a terra é boa", afirmou.

Mesmo dizendo ter medo da burocracia para conseguir vender e obter o terreno, o prefeito afirmou que tem um prazo de 60 dias para entregar as residências. As famílias estão ocupando duas creches da cidade onde estudam cerca de 600 crianças. As aulas, que seriam encerradas somente no dia 14, foram suspensas na segunda-feira para abrigar os moradores, mas voltam em janeiro de 2008.

O coordenador geral da Defesa Civil Nacional, Sérgio José Bezerra, disse que o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, autorizou ajuda federal para qualquer necessidade. Mas, segundo ele, a solução agora é dar apoio psicológico à comunidade. Qualquer auxílio financeiro, disse, só será enviado quando houver a comprovação do fim do risco. (PG)

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