Lula defendeu os biocombustíveis e prepara para enfrentar "calúnias"

Nesta segunda-feira o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu programa semanal "Café com o Presidente", defendeu os biocombustíveis dizendo que o Brasil deve estar preparado para enfrentar "calúnias" de nações contrárias ao desenvolvimento dessa matriz energética no país.

"Nós não vamos aceitar, não vamos aceitar outra vez o cartel dos poderosos do mundo tentando impedir que o Brasil se desenvolva, tentando impedir que o Brasil se transforme numa grande nação", declarou o presidente.

Lula, que reafirmou também a posição brasileira favorável à redução de subsídios e tarifas agrícolas nas nações desenvolvidas para um acordo comercial na Rodada de Doha, afirmou que "o Brasil não pode abrir mão, em hipótese alguma, de defender a sua matriz energética revolucionária já comprovada há 30 anos, que é o etanol e agora o biodiesel".

"Lógico que temos de ter consciência que temos adversários. Temos adversários que vão levantar todo e qualquer tipo de calúnia contra a qualidade do etanol...", disse.

Ele se referia às acusações de que os biocombustíveis ameaçariam a floresta Amazônica e elevariam os preços dos alimentos.

O presidente lembrou que a cana-de-açúcar, principal matéria-prima do álcool, não se desenvolve bem no clima amazônico, e portanto não pode ser apontada como vilã do desmatamento.

Lula destacou ainda que os biocombustíveis podem colaborar para a redução dos gases causadores do efeito estufa e ajudar no desenvolvimento e na distribuição de renda nas nações mais pobres da África.

Dessa forma, ele considerou fundamental que as nações ricas cortem tarifas ao produto, hoje uma barreira que impede o desenvolvimento do comércio global desse combustível.

DOHA

O presidente avaliou que há chances de uma retomada das negociações da Rodada de Doha. Mas, segundo ele, para isso é preciso que "os americanos reduzam o subsídio que eles dão para os seus agricultores".

"Eles, nos últimos três anos, deram 15 bilhões de dólares de subsídios. Estamos pedindo que eles dêem apenas 12. Eles estão propondo 17. Ou seja, estão querendo aumentar, inclusive, a média dos últimos três anos. Nós não podemos aceitar."

Com relação à posição da União Européia na rodada, Lula lamentou que o bloco europeu, "além de não mexer nada nos coeficientes da agricultura, quer que nós baixemos o coeficiente dos produtos industriais".

"E o que eles querem? Que a gente abra nossa indústria para eles e eles não abrem a agricultura para os países do terceiro mundo. Também não dá", afirmou, argumentando que "os países pobres precisam sair ganhando alguma coisa".

Fonte Reuters

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