J.C Monjardim Cavalcanti: REFINARIA E CINQUENTENÁRIO

Desde março do corrente ano, ao lado dos empresários Marcelo Santos Ferreira, presidente da Confederação das Federações das Entidades Árabes do Brasil e José Augusto Martins Lemos, que contavam com o apoio e a solidariedade do vice-governador Lelo Coimbra, vimos emprestando a nossa experiência ao projeto de instalação da regional da FEARAB no Estado e, em seguida, na complementação de um processo mais avançado e oportuno que pretendia e pretende conquistar investimentos da comunidade árabe para a viabilização da implantação de uma refinaria no Espírito Santo. Não se podia adivinhar, àquela altura, que as negociações, entrevistas e pronunciamentos do empresário Marcelo Santos Ferreira durante sua visita e durante contatos mantidos com as representações diplomáticas do mundo árabe, ganhassem tanta expressão e importância, mesmo tendo que enfrentar os reflexos do conflito entre americanos e iraquianos, que acabava de colocar em sobressalto toda a riquíssima região , forçando, indiretamente, um pequeno atraso na efetivação de uma visita de comitivas árabes ao nosso Estado.

Ganhava no entanto maior consistência a manifestação de interesse da Líbia, através do embaixador Mohamed Heimada Matri , que em reunião realizada em Brasília, com a participação importante do Senador João Baptista Motta, que apresentou o projeto de viabilidade da nossa refinaria, elaborado pela Secretaria de Desenvolvimento do Estado e analisou com os empresários Marcelo Santos Ferreira e José Augusto Martins Lemos as incontornáveis vantagens do projeto capixaba, aliás, muito elogiado pela equipe de assessoria econômica da embaixada. Temos hoje a certeza de que nenhum outro Estado pode apresentar tantos grupos interessados na instalação de uma refinaria, quanto o Espírito Santo.

A instalação da FEARAB/ES já está definida, sob a presidência do senhor Nabib Amim El-Aouar, fato este que sustenta o desejo de integração e união do mundo árabe com o processo de desenvolvimento capixaba, com amplo leque de negócios e já agora sustentado o seu programa de ação pela recente decisão do presidente Luiz Ignácio Lula da Silva, em Nova York , de emprestar total prioridade a um esforço de captação de capitais árabes para projetos nacionais.

Mas todos estes aspectos positivos precisam estar sustentados por uma unanimidade sem fronteiras, em termos políticos, sociais, econômicos e públicos. Temos que montar uma boa cesta de negociação, porque sabemos que não estaremos todos na nova SUDENE, mas, podemos insistir em outras conquistas.

O estágio atual é de negociação serena e objetiva. Podemos, tranqüilamente, ter como certa a permanência dos 28 municípios acima do Rio Doce na área da SUDENE e, por via de conseqüência, no PRODETUR NE II que pode e vai representar na economia capixaba uma injeção de 60 milhões de dólares, além de uma efetiva e diversificada cesta de financiamentos que o Banco do Nordeste coloca à disposição do norte capixaba, com técnica, recursos e capacidade de análise.

A Petrobrás, em outubro, estará comemorando o cinqüentenário de sua criação. O Espírito Santo pode dar um grande impulso promocional e logístico às suas pretensões, convocando parceiros em todo o país para a realização aqui, como ponto alto das comemorações, de uma Feira Internacional de Equipamentos e Produtos de Petróleo, estuário natural da futura refinaria e câmara de eco das nossas grandes oportunidades de investimento, além de poder fazer ecoar - temos quase certeza – o esperado anúncio oficial de que ainda este ano dobraremos o volume de nossas atuais reservas petrolíferas. É acreditar e esperar.

J.C Monjardim Cavalcanti é Jornalista e ex-Secretário de Comunicação do Estado Espírito Santo

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