Adesão à Alca, só com soberania, diz Frente Parlamentar

A adesão do Brasil à Alca (Área de Livre Comércio das Américas) depende de condições que preservem a autonomia do Brasil, afirmou o deputado Mauro Passos (PT-SC), integrante da frente parlamentar de acompanhamento da Alca. Passos estava presente à reunião ocorrida nesta quinta-feira, no Itamaraty, com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim e notou que foi grande a receptividade do ministro em relação à frente foi grande. Além de garantir o acesso aos documentos produzidos pela equipe que acompanha, pelo Itamaraty, as negociações em torno da Alca, ficou acertada a interlocução permanente entre os dois setores.

"O ministro Amorim acha a frente importante por manter o assunto vivo no Congresso Nacional. Afinal, os debates [promovidos pela frente] ajudam o próprio Itamaraty", disse Passos.

O desafio de se encontrar uma agenda positiva para a implantação do mercado comum está, segundo o deputado petista, muito associado às negociações que os demais países que compõem a Alca já realizaram com os EUA. "Tanto o Chile quanto o México têm acordos firmados que, se fossem assinados pelo Brasil, não serviriam aos nossos interesses", resumiu.

Passos salientou que, em contrapartida, os EUA consideram o Brasil um parceiro fundamental para a consolidação da Alca. "Não apenas pelo mercado que representa, mas pelo diferencial econômico e por sua liderança na América do Sul", explicou, ao citar, em especial, o avanço do governo Lula rumo a negociações com países do pacto andino – como Chile, Venezuela e Bolívia – que não estavam integrados ao Mercosul. "O ministro Celso Amorim até lembrou que Lula foi o primeiro presidente recebido por [George W.] Bush [presidente dos EUA] que se colocou frontalmente contra a participação dos EUA na guerra. Ou seja, embora tenham posição hegemônica, os Estados Unidos identificam uma diferenciação real do Brasil em relação aos outros países americanos", afirmou Mauro Passos.

Disposição

O chanceler brasileiro recebeu a frente realmente disposto a desenvolver um trabalho conjunto: convocou cerca de dez técnicos do Itamaraty para acompanhar as discussões. A frente é coordenada pela deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP).

Outros deputados petistas presentes ao encontro, além de Passos e Greenhalg: Adão Pretto (RS), Ary Vanazzi (RS), Ivan Valente (SP), Maninha (DF) e Paulo Rubem (PE).

Partido dos Trabalhadores

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