Economistas contra Lula

O presidente do Conselho Federal de Economia (COFECON), Sidney Pascoutto, acaba de assinar o Manifesto dos Economistas por uma Nova Política - A Crise da República. O documento foi lançado na última segunda-feira e conta, ainda, com assinaturas de 83 economistas, de Norte a Sul do país, que criticam a política econômica do Governo Lula, por eles considerada continuação daquela praticada por Fernando Henrique Cardoso, e em seu lugar propõem uma nova política econômica, voltada para um projeto nacional de desenvolvimento, onde a geração de empregos e a redução das desigualdades sociais sejam prioridades. Segundo Pascoutto, o Manifesto em questão é o terceiro de uma série, iniciada em 2003, todos eles sumariamente ignorados pelo presidente Lula.

No documento, os economistas apontam um conjunto de medidas objetivando o “início de uma alternativa nacional e popular para a crise atual” que, uma vez aplicadas, inaugurariam um novo tempo no Brasil – fortalecendo a! soberania nacional e superando para sempre o problema do subdesenvolvimento.

Dentre as medidas por eles propostas, destacam-se a mudança “da atual política de superávit primário no orçamento da União, que destina vultosos recursos públicos apenas para o pagamento de juros, e a realização de uma auditoria pública da dívida externa, como determina a Constituição, renegociando-se seu valor, já pago diversas vezes”. Sugerem, ainda, “que se apliquem os 80 bilhões de reais, recolhidos pelo governo nesse ano, em investimentos que gerem emprego, em educação, agricultura familiar, reforma agrária, saúde e moradia”.

CONTINUÍSMO

Segundo o presidente do COFECON, repetidas vezes tem sido dito que “a crise política pode contaminar a economia, mas a verdade é que a crise econômica já se arrasta a um quarto de século”. Em sua opinião, “o Governo Lula não quis enfrentar ou romper com essas vulnerabilidades, preferindo dar continuidade à política econômica anterior, de FHC, o que só fez aprofundar a crise”. Pascoutto afirma, ainda, “que os movimentos sociais têm procurado manter uma postura solidária ao governo em razão do histórico do presidente Lula, mas a frustração é grande e os espaços de interlocução estão muito próximos do esgotamento”

Com relação aos escândalos envolvendo o Governo Lula, o presidente do COFECON diz que “os movimentos sociais não podem sair em defesa do presidente antes que seja feita uma apuração rigorosa das denúncias”. Para ele, “não importa em quem respinguem tais denúncias; a investigação precisará ser a mais completa possível, pois torna-se inviável const! ruir um caminho para a democracia sem que todos esses escândalos sejam devidamente esclarecidos”

SIGNATÁRIOS

Dentre os signatários do Manifesto, além de Pascoutto, destacam-se os nomes do economista baiano Nei Jorge Correa Cardim, vice-presidente do COFECON, Reinaldo Gonçalves – professor UFRJ e Conselheiro do Conselho Regional de Economia do Estado do Rio de Janeiro; Paulo Passarinho – coordenador Geral do Sindicato dos Economistas do Estado do Rio de Janeiro; Luiz Filgueiras – professor da Universidade Federal da Bahia; João Pedro Stedile – coordenador do Movimento Social dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Via Campesina Brasil; Plínio S. de Arruda Sampaio Júnior (UNICAMP) e Luciane Bombach – mestre em Economia Social e do Trabalho pela Unicamp. Osmar Sepúlvida e Christian da Silva, presidente e vice-presidente do Conselho Regional de Economia da Bahia, respectivamente, também assinam o documento.

SALVADOR

Neste final de semana, de quinta-feira a sábado, 28, 29 e 30 de julho, Pascoutto participa, em Salvador, da 578ª Sessão Plenária do Conselho, onde a pauta da reunião refere-se à discussão dos assuntos relativos ao funcionamento do Sistema COFECON/CORECONs.

CONTATO:

Rita de Cássia Arruda Assessora de Imprensa do Conselho Federal de Economia (61) 3224-4385 # 3233-2979 # 9695-8893

Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter

Author`s name Pravda.Ru Jornal
X